Mesmo com as restrições da navegabilidade dos rios, a exportação de mercadorias nos portos de Corumbá, Ladário e Porto Murtinho (MS) cresceu 44,1% no ano passado, em relação a 2020.
Foram embarcadas 3,153 milhões de toneladas de produtos em 2021, um incremento de 965 mil toneladas em relação às 2,188 milhões de toneladas do ano anterior.
Convertido em cargas transportadas pelos caminhões, as 3,153 milhões de toneladas – a uma capacidade média de 50 toneladas por veículo – significam que 63 mil caminhões deixaram de transitar pelas rodovias no ano passado, aliviando parte da sobrecarga sobre as estradas.
O minério de ferro foi responsável por 91,4% das cargas, de acordo com relatório divulgado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Apesar de registrar um volume maior do que no ano anterior, o volume escoado pelas hidrovias sofreu uma queda nos últimos anos, principalmente, em decorrência da falta de chuvas e consequente redução do calado do rio, impedindo a navegação das embarcações.
Em 2017, o volume escoado pelos portos de Mato Grosso do Sul atingiu a marca de 4,580 milhões de toneladas; em 2018, o embarque foi de 4,137 milhões de toneladas, caindo para 3,869 milhões de toneladas em 2019 e registrando o pior resultado em 2020, com 2,188 milhões de toneladas.
Ainda conforme os dados da Antaq, o maior incremento na região Centro-Oeste foi o Terminal Privado da Granel Química Ladário (MS), que teve aumento de 171,4% no volume de cargas, chegando a 1,004 milhão de toneladas, contra 370,211 mil toneladas no ano anterior.
Este salto ocorreu mesmo com sua operação afetada pela seca do Rio Paraguai, conforme enfatizou a Antaq. Foram 965,8 mil toneladas de minério de ferro e 38,8 mil toneladas de ferro e aço.
Embora o Porto de Ladário tenha registrado o maior incremento, o porto com maior embarque foi o Gregório Curvo, que fica em Corumbá. Foram movimentadas 1,916 milhão de toneladas de minério de ferro.
Já o Porto Hidroviário de Porto Murtinho teve uma queda de 91,64%, passando de 166,4 mil toneladas movimentadas em 2020 para apenas 13.919 mil toneladas no ano passado.
Em compensação, no Porto Itahum Export, que fica no mesmo município, foram embarcadas 218.141 toneladas de grãos no ano passado – nos 12 meses anteriores ele não teve movimentação.
“Pelos próximos quatro anos, a agência prevê a manutenção do viés de alta na movimentação portuária”, pontuou a Antaq no levantamento.
De acordo com a agência, as instalações da Região Centro-Oeste movimentaram 3,9 milhões de toneladas em 2021, com isso, registraram crescimento de 25% em relação a 2020. Mato Grosso do Sul foi responsável por 80,86% deste volume.
NACIONAL
As exportações de Mato Grosso do Sul representaram cerca de 5% das 65,2 milhões de toneladas transportadas da navegação interna em todo o Brasil em 2021, quando houve uma redução de 6,1% no volume.
As principais cargas transportadas pelos rios brasileiros foram soja e milho, que registraram queda de 0,5% e 38,7%, respectivamente.
A Região Norte foi responsável por 74% da movimentação de cargas, seguida pelas regiões Sul (19%), Centro-Oeste (6%) e Sudeste (1%).
Fonte: Correio do Estado