O Brasil reduziu o volume de biodiesel misturado com diesel vendido na bomba para 10% de 13% para o período maio-junho em meio à escassez de matérias-primas que fizeram os preços do biocombustível dispararem nos últimos leilões de oferta, informou o Ministério de Minas e Energia.
A última redução, anunciada em 9 de abril, representou um revés nas tentativas do Brasil de ampliar o consumo de biocombustíveis como forma de cumprir suas metas de redução das emissões de gases de efeito estufa nos termos dos acordos de Paris, bem como reduzir a dependência do Brasil de barris importados de diesel e gasolina. O Brasil historicamente importou cerca de 25% de sua demanda de diesel e cerca de 15% do consumo de gasolina.
“O governo está trabalhando para fortalecer e consolidar o mercado brasileiro de biocombustíveis, ainda que em um ambiente que permita a concorrência, em busca de garantir a oferta nacional e os desejos dos consumidores por preço, qualidade e oferta do produto”, disse o Ministério de Minas e Energia.
LEILÃO SUSPENSO
Os últimos problemas de preços começaram em 7 de abril, quando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) suspendeu o 79º leilão de oferta de biodiesel. O leilão foi suspenso após os preços do biodiesel subirem para mais que o dobro do preço de um litro de diesel durante uma nova fase da venda dedicada a pequenos produtores de tamanho familiar. Funcionários do setor citaram os preços das matérias-primas para o salto.
O Brasil elevou mais recentemente o volume de biodiesel misturado com diesel vendido na bomba para 13% em 1º de março. O aumento fez parte de um plano mais amplo que deverá elevar o mandato de biodiesel para 15% até março de 2023, no âmbito do programa RenovaBio do país.
Os produtores de biodiesel, no entanto, têm enfrentado desafios para atender à demanda de biodiesel no Brasil desde que a pandemia coronavírus chegou à maior economia da América Latina em março de 2020. Os produtores inicialmente controlaram a produção em meio às expectativas de que a demanda doméstica por diesel cairia devido às medidas de distanciamento social implementadas para conter o surto.
Mas a queda do Brasil no consumo de diesel durou pouco, com safras recordes de sementes de petróleo e cana-de-açúcar que armazenam a demanda por diesel no segundo semestre de 2020. O diesel é o produto refinado nº 1 do Brasil em termos de consumo, alimentando tratores em campos, bem como caminhões e trens que transportam a colheita para o porto.
COMPARTILHAR CHILREAR COMPARTILHAR O EMAIL COMENTÁRIOS
O Brasil reduziu o volume de biodiesel misturado com diesel vendido na bomba para 10% de 13% para o período maio-junho em meio à escassez de matérias-primas que fizeram os preços do biocombustível dispararem nos últimos leilões de oferta, informou o Ministério de Minas e Energia.
A última redução, anunciada em 9 de abril, representou um revés nas tentativas do Brasil de ampliar o consumo de biocombustíveis como forma de cumprir suas metas de redução das emissões de gases de efeito estufa nos termos dos acordos de Paris, bem como reduzir a dependência do Brasil de barris importados de diesel e gasolina. O Brasil historicamente importou cerca de 25% de sua demanda de diesel e cerca de 15% do consumo de gasolina.
“O governo está trabalhando para fortalecer e consolidar o mercado brasileiro de biocombustíveis, ainda que em um ambiente que permita a concorrência, em busca de garantir a oferta nacional e os desejos dos consumidores por preço, qualidade e oferta do produto”, disse o Ministério de Minas e Energia.
LEILÃO SUSPENSO
Os últimos problemas de preços começaram em 7 de abril, quando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) suspendeu o 79º leilão de oferta de biodiesel. O leilão foi suspenso após os preços do biodiesel subirem para mais que o dobro do preço de um litro de diesel durante uma nova fase da venda dedicada a pequenos produtores de tamanho familiar. Funcionários do setor citaram os preços das matérias-primas para o salto.
O Brasil elevou mais recentemente o volume de biodiesel misturado com diesel vendido na bomba para 13% em 1º de março. O aumento fez parte de um plano mais amplo que deverá elevar o mandato de biodiesel para 15% até março de 2023, no âmbito do programa RenovaBio do país.
Os produtores de biodiesel, no entanto, têm enfrentado desafios para atender à demanda de biodiesel no Brasil desde que a pandemia coronavírus chegou à maior economia da América Latina em março de 2020. Os produtores inicialmente controlaram a produção em meio às expectativas de que a demanda doméstica por diesel cairia devido às medidas de distanciamento social implementadas para conter o surto.
Mas a queda do Brasil no consumo de diesel durou pouco, com safras recordes de sementes de petróleo e cana-de-açúcar que armazenam a demanda por diesel no segundo semestre de 2020. O diesel é o produto refinado nº 1 do Brasil em termos de consumo, alimentando tratores em campos, bem como caminhões e trens que transportam a colheita para o porto.
PEGO DE SURPRESA
O aumento da demanda pegou os produtores de biodiesel de surpresa. Além disso, a demanda por soja aumentou à medida que a demanda do principal destino de exportação, a China, levou os preços da commodity a níveis recordes. Isso fez com que os preços do biodiesel subissem, forçando alguns produtores de biodiesel a importar soja e petróleo do exterior para usar na produção de biodiesel.
Segundo o ministério, 71% do biodiesel brasileiro é feito de soja, com o restante vindo de gorduras animais e outros óleos, como óleo de cozinha reciclado.
Os preços mais altos das matérias-primas entraram em leilões de biodiesel e forçaram o ministério e a Agência Nacional do Petróleo, ou ANP, a reduzir temporariamente o mandato do biodiesel em três ocasiões em 2020. Isso incluiu uma redução para 11% de 12% no período novembro-dezembro.
PERSPECTIVA DE BIODIESEL NUBLADO
A volatilidade contínua da mistura deixa incerta a perspectiva de crescimento da produção de biodiesel. Grupos comerciais que representam produtores de biodiesel e grupos agrícolas esperavam que o aumento do mandato do biodiesel aumentasse a produção em 2021. Apesar da pandemia, o Brasil aumentou a produção de biodiesel em 9,0%, para 6,43 bilhões de litros em 2020, ante 5,90 bilhões de litros em 2019.
Cada aumento de 1% na mistura biodiesel-diesel vendido na bomba representa cerca de 600 milhões de litros/ano de produção adicional, de acordo com a União Brasileira de Biodiesel e Bioquesene, ou Ubrabio, e a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais, ou Abiove. Ambos os grupos comerciais representam produtores de biodiesel no Brasil.
Os grupos esperavam que a produção de biodiesel de 2020 quebrasse 7 bilhões de litros.
A Abiove, a Ubrabio e vários outros grupos comerciais emitiram uma reclamação conjunta sobre a redução, dizendo que ela coloca a culpa pelo aumento dos preços do diesel aos pés da indústria de biodiesel do Brasil. A mistura de biodiesel, que representa cerca de 14% do preço de um litro de diesel, também está sujeita a variações nos mercados internacionais de commodities e taxas de câmbio, assim como os preços do petróleo, disse o grupo.
Os grupos comerciais pediram ao governo para reverter a medida.
Fonte: O Petroleo