Carros sem motorista estão em testes pelo mundo, mas até o motorista virar coisa do passado ainda é preciso resolver muitas coisas, que passam por legislação, tecnologia, infraestrutura e modelo de negócio.
De acordo com um estudo da consultoria KPMG alguns países estão mais avançados, como Holanda, Cingapura e Estados Unidos, que ficaram com as três primeiras posições no ranking de aptidão para receber os autônomos.
Outros países nem engataram a primeira marcha ainda, como o Brasil, que ficou em 17º lugar entre 20 países, à frente apenas de Rússia (18º), México (19º) e Índia (20º).
Mas o Brasil foi (mais uma vez) salvo pelos brasileiros, que estão mais dispostos a ter a tecnologia autônoma, até mais que os japoneses. No quesito de aceitação dos consumidores, o país ficou em 14º.
Segundo o estudo, os brasileiros tendem a adotar novas tecnologias rapidamente, mas é preciso definir muita coisa com relação a legislação, melhorar a infraestrutura e a tecnologia disponível - nestes outros temas o país ficou em 20º, 19º e 18º, respectivamente.
O que precisa ter?
- pontos de recarga para modelos elétricos
- boa rede de comunicação sem fio
- infraestrutura de circulação
- legislação para permitir testes sem motorista
- desejo da população de ter autônomos
- pesquisa e desenvolvimento de serviços de mobilidade
A conta do atraso
O prejuízo de ficar sem resolver essas questões vai além de não ter uma tecnologia. Estudos apontam que os veículos autônomos reduzirão os acidentes, que são causados principalmente por falha humana.
O potencial de salvar vidas também desafogaria o serviço de saúde, que gasta milhões anualmente com vítimas de motoristas imprudentes. Estima-se que 585 mil vidas poderão ser salvas entre 2035 e 2045.
Se isso não fosse suficiente, pesquisas indicam que as horas passadas no trânsito podem virar horas produtivas, convertendo-se em ganho econômicos - já se fala em um novo mercado, chamado de "economia de passageiros", estimado em US$ 7 trilhões.