Iniciou na manhã desta sexta-feira (15), no hotel Grand Mercure, em Belém (PA), o XV Congresso Nacional Intermodal dos Transportadores de Cargas, realizado pela ABTC (Associação Brasileira de Logística, Transportes e Cargas).
Transportadores, de diversos estados brasileiros, estarão reunidos durante todo o dia de hoje, para debater temas relevantes que contribuam para o desenvolvimento do setor de transporte de cargas do país.
Na abertura do evento, o presidente da ABTC, Pedro Lopes, deu as boas-vindas aos congressistas e falou sobre a importância do Congresso.
De acordo com Lopes, o propósito do Congresso da ABTC é sair do planalto para a planície. “Precisamos ir aos estados para ouvir as dificuldades dos transportadores onde eles ocorrem e buscar soluções, e começamos aqui pela região Norte, em Belém, e vamos seguir por todas as regiões do país”, afirmou.
O Secretário Estadual de Transportes do Pará (Setran), Kleber Menezes, afirmou que a Amazônia vive um grande desafio econômico. “Precisaríamos de três vezes mais para expandir nossa malha rodoviária que é da década de 70, precisamos de meios para resolver nossos problemas graves de infraestrutura, para desenvolver outras áreas de saúde e educação.
Na palestra de abertura do evento, o economista e especialista em contas públicas, Raul Velloso falou sobre o atual momento dos investimentos em transporte e fez uma análise importante sobre as perspectivas do setor.
De acordo com Velloso, no curto prazo, o crescimento do PIB depende de haver demanda pela capacidade instalada existente. “Nesse contexto, o principal fator por trás da desabada recente é a queda da razão investimento/PIB, ou da taxa de investimento, um dos elementos fundamentais na composição da demanda agregada de qualquer país. A responsabilidade do governo nessa queda é dupla. Primeiro, porque seus próprios gastos de investimento, notadamente em infraestrutura de transportes, praticamente desapareceram. E segundo, porque o governo interfere muito mal e fortemente na área, principalmente no que diz respeito a concessões”, ressaltou.
A nova lei trabalhista, sancionada pelo presidente Michel Temer, no dia 13 de julho de 2017, também foi tema de discussão no Congresso.
O juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª região (Paraná), Marlos MeleK, que trabalhou como membro da comissão de redação final da reforma trabalhista, afirmou que com a nova lei, o setor produtivo do Brasil ganha com liberdade, segurança jurídica e simplificação, o que também vale para os trabalhadores.
“O Brasil tem hoje 24 milhões de pessoas desocupadas, em idade economicamente ativa, e 13 milhões de desempregados, graças à melhoria do ambiente de negócios, com a aprovação da nova lei trabalhista brasileira, cerca de 1 milhão de brasileiros já conseguiram colocações em postos de trabalho”, disse.
Ainda pela manhã, o assessor chefe jurídico do Sest Senat, Peter Lange, fez um panorama do trabalho realizado pelas instituições, em todo o Brasil.
No período da tarde, serão debatidos “O marco regulatório do transporte rodoviário de cargas”, “A política do transporte rodoviário e multimodal no Brasil” e “O transporte rodoviário de cargas sob a ótica da política econômica do Brasil”.