Sexta, 20 Julho 2012 12:20
Chevron poderia ter evitado vazamento na Bacia de Campos, diz ANP
O resultado das investigações que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgada nesta quinta-feira sobre o primeiro vazamento da Chevron, no campo de Frade, indica que a petroleira norte-americana descumpriu a regulamentação e o seu próprio manual de procedimentos. A Chevron analisou mal dados geológicos e poderia ter evitado o vazamento no poço no campo de Frade se tivesse feito as avaliações corretamente.“O acidente poderia ter sido evitado se a Chevron tivesse conduzido suas operações em plena aderência à regulamentação e em conformidade com as boas práticas da indústria do petróleo”, afirmou a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, durante coletiva sobre apresentação do relatório, no Rio. "Se tivesse usado esses dados disponíveis, o projeto que foi usado no poço teria se mostrado inviável", explicou.
Magda disse ainda que a Chevron não foi capaz de interpretar geologia do campo de Frade, apesar de ter perfurado dezenas de poços no local. Segundo ela, a Chevron não utilizou dados de resistência da rocha. Se tivesse utilizado, teria concluído que poço em Frade não poderia ter sido perfurado.
Segundo a ANP, 3,7 mil barris de óleo foram derramados em uma distância de cerca de 120 km da costa do Estado do Rio de Janeiro enquanto a petroleira perfurava um poço no campo da bacia de Campos. A Chevron discordou, em nota, do volume estimado pela ANP, afirmando por meio de sua assessoria de imprensa que o total do derramamento somou 2,4 mil barris. "Estamos analisando a estimativa da ANP", disse a Chevron.
A multa máxima que pode ser aplicada à Chevron pelo vazamento será de R$ 50 milhões. Segundo Magda Chambriard, o valor da multa será calculado em 30 dias. A multa máxima é de R$ 2 milhões por autuação. A agência fez 25 autuação à empresa americana.“A gradação da pena depende de algumas coisas, como a capacidade econômica da empresa, reincidência e gravidade dos fatos”, afirmou Magda. Como a Chevron não é reincidente, no caso do primeiro vazamento, o valor da multa deverá ser abaixo de R$ 50 milhões, explicou a diretora. Segundo Magda, a Chevron ainda poderá recorrer da multa no âmbito da agência.
A Chevron, por outro lado, tem afirmado que sempre agiu de forma diligente e apropriada, de acordo com as melhores práticas da indústria.
No dia 27, segundo a diretora da ANP, a própria Chevron vai entregar documentos necessários para a retomada da produção na área. Ela não deu prazo para a autorização ser concedida, mas já havia demonstrado anteriormente que a reguladora não deve se opor a isso.
A ANP disse, no entanto, que a Chevron só poderá retomar atividades exploratórias se demonstrar que compreendeu as causas do incidente, provando que pode perfurar e reinjetar água nos poços com segurança.
Extraído de: Portal iG
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