Segunda, 16 Julho 2012 11:30
Navio ajuda balança comercial de Pernambuco
O forte crescimento de 75% nas exportações estaduais, no primeiro semestre deste ano, mostra o potencial da nova economia de Pernambuco. Na lista das 40 principais exportadoras do Estado, 25 têm quedas grandes, de até 73%.
Mas bastou a entrega de um produto por uma única empresa, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), para reverter o que seria uma queda de 11%.
Com um atraso de 20 meses, o EAS entregou em maio passado o seu primeiro navio, o João Cândido, um superpetroleiro do tipo Suezmax, que pesa 25 mil toneladas e que passou 3 anos e 8 meses no estaleiro.
Apesar de o governo e o Estaleiro anunciarem que o navio de R$ 495 milhões custou R$ 363 milhões à Transpetro, valor de contrato, com R$ 132 milhões de perdas para o EAS, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informa que a mesma embarcação de 25 mil toneladas saiu de Pernambuco registrada por US$ 404 milhões, 49% do valor da balança comercial estadual, no primeiro semestre, que foi de US$ 820 milhões.
A explicação para a exportação do navio, apesar do cliente ser uma estatal brasileira, é que por uma distorção tributária e as empresas preferem registrar as embarcações no exterior.
De qualquer forma, apenas para se ter uma ideia do panorama de queda das exportações, entre os dez líderes de vendas para o mercado internacional, seis tiveram redução na comparação com o primeiro semestre do ano passado. Quatro das dez líderes são usinas ou tradings de açúcar e álcool.
O benefício do estaleiro no fluxo comercial de Pernambuco pode se repetir este ano, a depender da capacidade do EAS de cumprir o cronograma de seu segundo navio, Zumbi dos Palmares. O segundo superpetroleiro, que teve a construção iniciada em agosto de 2009, tem previsão de entrega para dezembro deste ano.
IMPORTAÇÕES
Do lado oposto da balança comercial, as compras pernambucanas no exterior seguem a tendência brasileira de alta.
Pernambuco, no primeiro semestre, importou 43% a mais do que no mesmo período do ano passado, com destaque para combustíveis derivados de petróleo que representaram cerca de 40% das compras pernambucanas no exterior.
O ácido tereftálico purificado (PTA), produto usado pela Mossi & Ghisolfi e que frequentemente está no topo das importações pernambucanas, no semestre figurou em quarto lugar, apesar de ter caído 3,9%.
No total do período analisado, as importações pernambucanas alcançaram a marca de US$ 3,1 bilhões, provocando um déficit de US$ 2,716 bilhões.
Extraída de: Portos e Navios
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