O ministro da Fazenda, Guido Mantega, vem atribuindo as restrições de crédito ao pequeno crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), ao mesmo tempo que trabalha para estimular os empréstimos bancários e reduzir os seus custos.
A análise do ministro nos parece construída sobre um equívoco. A expansão do crédito tem de levar em conta, em primeiro lugar, a demanda da parte dos interessados e, em segundo lugar, uma certa confiança de que os mutuários honrarão seus compromissos. O crédito não é um fim em si mesmo, mas apenas um dos meios da política econômica.
O recuo da oferta do crédito foi sentido apenas no caso dos financiamentos vinculados à compra de carros de passeio. As instituições financeiras constataram, nessa modalidade de financiamento, um aumento anormal da inadimplência, em razão certamente do elevado prazo de cinco anos para essas operações.
Os bancos, que estão sempre procurando como aumentar suas operações, enfrentaram uma queda na demanda de crédito não somente das empresas, que diante da perda de ritmo do consumo desistiram de investir, preferindo importar, como também das pessoas físicas, já excessivamente endividadas.
Há que acrescentar que o governo, ao forçar as instituições financeiras privadas a reduzir suas taxas de juros, aumentou o risco dos bancos, que estão se mostrando mais cautelosos na escolha dos seus mutuários. Por outro lado, ao contrário do que afirma o ministro Guido Mantega, no quadro atual da conjuntura internacional os bancos privados têm maior dificuldade para captar recursos no exterior, o que está reduzindo sua capacidade de empréstimos.
No entanto, de qualquer forma, parece-nos que o ministro está dando importância excessiva às restrições creditícias. O menor ritmo de crescimento econômico resulta da insuficiência de investimentos públicos, pois, quando o setor privado sente insegurança para investir, cabe ao setor público corrigir essa situação, sabedor que é da necessidade mínima de investimentos que se precisa para alimentar o crescimento.
As necessidades de investimentos na infraestrutura do País são imensas, mas o governo parece preferir aumentar seus gastos de custeio, principalmente os salários dos servidores, para suscitar uma demanda que não poderá ser atendida por falta de investimentos privados. E, quando investe, o faz com ausência total ou baixa produtividade, seja por incapacidade de planejamento, seja por atrasos, seja por superfaturamento.
Extraída de: Intelog
Quarta, 23 Mai 2012 11:47
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