O governo pretende realizar 15 leilões de rodovias em 2025, para concessão ao setor privado. O plano inclui as BRs 364, 040 e 101.
De acordo com o Ministério dos Transportes, que apresentou o cronograma em evento nesta terça-feira (28), os leilões devem movimentar R$ 161 bilhões em investimentos ao longo dos contratos.Ao todo, serão concedidos ao setor privado 7,2 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais.
Veja as vias que serão leiloadas:
- BR-364- Rota Agro Norte
- Ponte Binacional São Borja-São Tomé
- BR-040 e BR-495 – Juiz de Fora (MG) a Rio de Janeiro (RJ)
- BR-262 e BR-267 e rodovias estaduais MS-040-338-395
- BR-101 no Espírito Santo e Bahia
- BR-101 no Rio de Janeiro (Autopista Fluminense)
- BR-163 no Mato Grosso do Sul
- BR-060 e BR-364 em Goiás e Mato Grosso
- Rodovias Integradas do Paraná Lote 4
- Rodovias Integradas do Paraná Lote 5
- BR-116 na Bahia e Pernambuco
- BR-116 e BR-251 em Minas Gerais
- BRs 070, 174, 364 em Mato Grosso e Rondônia
- BRs 116, 158, 392 e 290 no Rio Grande do Sul
- BR-116 e BR-324 na Bahia
Para 2026, a pasta pretende realizar 20 leilões.”Como temos muitas otimizações, esperamos fazer vários leilões em 2026. Estamos estruturando uma meta de fazer 20 leilões”, declarou o ministro dos Transportes, Renan Filho.
A jornalistas, o ministro disse que os projetos continuam atrativos, mesmo com a taxa básica de juros da economia em trajetória de alta.
“O que a taxa de juros faz, quando é elevada no país, é que ela reduz a atratividade de investimentos em infraestrutura no longo prazo. Isso é fato. Por isso que disse que, na minha cabeça, o ideal é aumentar a taxa de juros, estabilizar expectativas, [colocar] a inflação na meta de novo, e volta a cair a taxa de juros até 2026”, declarou.
Hoje, a taxa Selic está em 12,25% ao ano, após quatro aumentos seguidos. A projeção dos analistas financeiros é que a taxa avance para 13,25% ao ano já na próxima quarta-feira (29).
Com os juros em alta, o governo estuda aumentar a taxa de retorno aos investidores que arrematarem rodovias nos leilões. De acordo com Renan Filho, a medida tem que ser analisada “permanentemente”.
O pedágio vai ficar mais caro?
Questionado sobre o valor do pedágio, o ministro disse que “vai ficar bem mais barato do que cobra o estado de São Paulo, o estado de Minas [Gerais], no nosso modelo”.
As rodovias privatizadas são pedagiadas. Contudo, segundo o governo, o fato de não cobrar um valor de outorga no leilão ajuda a reduzir a taxa de pedágio.
Isso porque a empresa não vai arrematar a via pelo maior valor oferecido e sim pela maior previsão de investimentos. Ou seja, não vai desembolsar uma outorga paga ao governo, o que reduz o custo do projeto.
A taxa de pedágio só começa a ser cobrada na rodovia privatizada depois do primeiro ano do projeto, quando o investidor atingir os requisitos mínimos de qualidade na via.
Metas de leilões
No ano passado, o governo queria leiloar 13 rodovias, mas só sete foram concedidas.
De acordo com Renan, a meta para esse ano é de 15 leilões, embora o governo não descarte a possibilidade de realizar menos certames que o previsto.
Os leilões também dependem de análises do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Contudo, de acordo com ele, se a pasta conseguir fazer 12 dos leilões previstos já estará batendo o recorde histórico de concessões no ano.