Pensar a transformação e os caminhos futuros é cada dia mais importante, dada a rapidez com que a tecnologia transforma o mundo. No setor de transporte, os impactos dessas mudanças podem ser ainda maiores e, por isso, repensar as estratégias de negócio e os padrões de consumo e produção são de suma importância para gestores. Diante desse cenário, centenas de líderes e executivos das maiores empresas de transporte do Brasil participam, no Teatro Santander, em São Paulo (SP), nestas terça e quarta-feiras, do SEST SENAT Summit – Transporte-se para o futuro.
A abertura do evento ficou a cargo do presidente do Sistema Transporte, Vander Costa. Em sua fala, ele reforçou que essa é uma oportunidade única para poder reunir, num mesmo lugar, executivos e líderes de grandes empresas de logística e de transporte do Brasil, além de entidades que representam o setor.
“Convidamos a todos vocês para pensar no futuro dos transportes e da mobilidade, bem como aprofundar discussões estratégicas para a nossa atividade com temas e especialistas de renome. Também é um ótimo momento para estruturar novas estratégias de mercado, sempre com foco em práticas de ESG, de modo a garantir um futuro mais sustentável”, destacou Vander Costa.
Ainda segundo o presidente do Sistema Transporte, o ideal é largar na frente, sob risco de a mudança chegar por imposição dos clientes ou dos governos: “Grandes transformações regulatórias estão a caminho e o desafio para o setor não é trivial”.
O transporte de amanhã
O futuro do transporte, os panoramas, desafios e oportunidades foi o tema de uma das palestras da plenária inaugural do evento. Carlo van de Weijer, expert da Singularity University em futuro dos transportes e diretor-geral do Instituto de Sistemas de Inteligência Artificial na Universidade de Tecnologia de Eindhoven, foi o responsável por falar sobre o que o amanhã reserva para o transporte e a mobilidade urbana.
“Temos que nos reinventar. A mobilidade é um propósito em si. Construir mais cidades ou mais vias para resolver o congestionamento é igual soltar o cinto para aliviar os efeitos da obesidade. Tem que apertar mais para lembrar que existe o problema. A cidade não precisa de carros autônomos, mas precisa que as pessoas usem ônibus e bicicleta”, destacou.
Com uma abordagem estratégica, Van de Weijer frisou que, apesar da imprevisibilidade que acompanha a disrupção, existem algumas regras fixas que permitem a preparação para ela. Para o expert, este é um momento crucial para se atualizar, entender e adaptar-se às transformações que estão moldando o futuro do transporte.
Uma das principais mudanças apontadas pelo especialista é em relação aos combustíveis alternativos aos fósseis, de forma que o transporte fique mais sustentável e as empresas atendam aos pilares do ESG (Environmental, Social and Government).
“A Idade da Pedra não terminou por falta de pedra, mas por encontrarmos algo melhor — assim como a era dos combustíveis fósseis vai acabar antes do fim do petróleo. Estou convencido de que precisamos inovar para superar os problemas. O que é sustentável será o melhor, então, ninguém vai querer voltar atrás. O Brasil é um país de pessoas inteligentes e muitos recursos, e tem um enorme potencial para produzir energia barata a partir de fontes sustentáveis”, detalhou o especialista.
Em relação aos combustíveis alternativos, ele delineou as perspectivas de futuro: “A condução elétrica por bateria assumirá a mobilidade rodoviária para a maior parte, porque será muito mais barata a longo prazo.”
Ainda pensando no panorama do futuro do transporte, Carlo van de Weijer elencou três aspectos relacionados ao impacto da digitalização na mobilidade:
veículos inteligentes — não necessariamente autônomos, porém mais seguros e mais confortáveis;
gestão inteligente de tráfego — há muito a ganhar com ferramentas de planejamento mais inteligentes e digitais;
logística e carregamento inteligente — melhores maneiras de lidar com a forma como os veículos e a infraestrutura são usados atualmente.
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Fonte: CNT