Desde o início das concessões, processo ocorrido há duas décadas e meia, as ferrovias voltaram a exercer um papel de destaque na logística brasileira, e têm ampliado de forma significativa os seus índices de produtividade.
A gestão das empresas concessionárias associadas à ANTF garantiu um robusto aumento da eficiência das ferrovias nos últimos anos. Em 2021, a produção ferroviária atingiu 371,4 bilhões de TKU (toneladas por quilômetro útil), o que significa uma elevação de 171% desde o início das concessões, a produção era de 137 bilhões de TKU em 1997.
Em 2021, o setor ferroviário de carga brasileiro mostrou sinais de retomada do crescimento apresentando uma evolução de 3,6%, 506,8 milhões de toneladas úteis (TU), em comparação a 2020, 489 milhões de TU, e 2% em comparação a 2019, 494,5 milhões de TU, período pré-pandemia.Também foi bastante superior ao volume de 1997, de 253 milhões de toneladas; aumento de 100%.
Apesar da leve queda o transporte de Carga Geral em 2021, as ferrovias mantiveram o bom índice anual, com o transporte de 109,7 bilhões de TKU e 133,2 milhões de TU, redução de 0,52% e 0,29%, respectivamente, em relação a 2020. A movimentação de Carga Geral é muitas vezes feita por contêineres e revela uma diversificação bastante relevante no portfólio de produtos: de cerveja a televisores, de ovos embalados a vidro, de materiais de higiene e de limpeza a carnes e bebidas, todos eles incorporados às carteiras das concessionárias associadas à ANTF.
A rigor, trata-se de uma mudança de paradigma para o setor ferroviário: ele continua fortíssimo no transporte de commodities minerais e agrícolas, essenciais para a economia brasileira. Mas é cada vez maior o destaque aos produtos industrializados. E não por acaso. Ao contrário do que se costuma pensar, as ferrovias são ideais para o transporte de produtos sensíveis e/ou de alto valor agregado, porque — sobre trilhos — vagões e mesmo composições inteiras não sofrem grandes oscilações ao longo do trajeto, o que explica, em grande medida, os exemplos acima.
É por intermédio das ferrovias que grandes volumes de commodities chegam aos portos brasileiros, o que permite a elevação contínua das exportações, ampliando o superávit do comércio exterior brasileiro. Atualmente, 40% das commodities agrícolas chegam aos portos por ferrovia, e esse número é ainda mais acentuado quando se trata de açúcar (cerca de 60%) e minérios (cerca de 90%).
Para garantir a continuidade do crescimento das ferrovias de carga e manter a sua grande contribuição para a economia brasileira, é preciso o reconhecimento do trabalho já desenvolvido pelas concessionárias e ampliar a capacidade da malha existente, possibilitando que os trilhos cheguem a outros importantes polos produtores do País.
Fonte: ANTF