Diante da desaceleração da economia em diversos países e regiões importantes dentro do comércio internacional, o resultado do PIB brasileiro em 2011 - 2,7% em relação a 2010 - não pode ser considerado ruim, apesar de frustrante. A expectativa era que o país atingisse um crescimento de, no mínimo, 3%.
Indústria - Uma das razões para o crescimento abaixo das expectativas foi o desempenho da indústria, que cresceu somente 1,6% em 2011. A indústria de transformação, responsável por mais da metade da atividade do setor e uma das categorias mais relevantes por causa da capacidade de gerar empregos e valor adicionado, registrou expansão pífia de 0,1% no ano, o segundo pior resultado da década. A participação da indústria de transformação no PIB, que já chegou a 19,2% recentemente, em 2004, caiu para 14,6% em 2011.
Todo o setor industrial foi fortemente pressionado por diversas frentes, como o recuo no consumo global, principalmente nos países desenvolvidos, o custo interno de produção no Brasil, que é persistentemente elevado, e a aceleração das importações, que cresceram numa velocidade bem maior que as exportações. "Esse contexto deixa evidente que passou da hora de priorizarmos reformas corajosas e estruturantes que enfrentem o âmago dos problemas de competitividade da economia brasileira", explica Paulo Godoy, presidente da Abdib.
Investimentos - A taxa de investimento na economia, que chegou à marca de 19,3% em relação ao PIB, foi uma das mais elevadas nos últimos dez anos, mas ainda assim insuficiente para as pretensões do Brasil de trilhar um caminho de crescimento econômico sustentável, sem pressões inflacionárias, perene e sem interrupções. "O país tem urgência de reduzir as amarras existentes ao investimento para incentivar e atrair um adicional de R$ 250 bilhões de investimentos ao PIB anualmente", afirma o presidente da Abdib. "A infraestrutura permanece como setor estratégico e com potencial gigantesco para alavancar o crescimento brasileiro", disse. "Temos de convidar a iniciativa privada e avançar mais nessa área", concluiu.
Gastos públicos - O consumo do governo cresceu em 1,9% - a segunda menor taxa anual de crescimento nos últimos dez anos. Para a Abdib, é urgente que a administração pública brasileira persiga, no longo prazo, diretrizes e metas para melhorar a gestão do orçamento público e, assim, abrir espaço para a redução da carga tributária no país e aprimorar as condições de competitividade do setor produtivo em uma economia cada vez mais global e competitiva.
Segundo o presidente da Abdib, o resultado do PIB em 2011 reforça o país tem de enfrentar com urgência os problemas que assolam há anos a competitividade da indústria. "Mesmo cientes da situação, ainda surgem muitos equívocos tributários, como essa guerra fiscal nos portos que tem resultado em diminuição da atividade industrial do país", avalia Godoy.
Extraída do portal Abdib
Quarta, 07 Março 2012 14:46
PIB frustra e mostra que Brasil precisa diminuir amarras para produzir e investir
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