Na semana passada, a Petrobrás anunciou o sexto reajuste consecutivo nos preços da gasolina e do diesel, desde o início do ano. A média é de um reajuste a cada 11 dias. Em janeiro, o litro da gasolina custava em média R$ 4,26. Em março, o valor médio bate a casa dos R$ 4,99. Em muitos postos da capital, a gasolina é vendida em valor acima dos R$ 5,20.
Para o economista e supervisor técnico do Dieese Paraná Sandro Silva, a série de aumentos num curto espaço de tempo pode pressionar a inflação.
Com o aumento dos combustíveis, o temor é por um efeito em cadeia de alta nos preços. Com o principal modal de transporte no Brasil sendo o rodoviário, o valor dos combustíveis é repassado para toda a cadeia produtiva. Nos últimos 3 meses, mesmo período em que ocorreram os 11 reajustes no valor dos combustíveis pela Petrobrás, o valor da cesta básica em Curitiba subiu 6%, segundo o Dieese.
Para o economista, os aumentos da gasolina e do diesel refletem, principalmente, nos preços dos alimentos.
Em resposta à alta nos preços dos combustíveis, o Governo Federal tenta redirecionar a questão para os impostos. Um levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) aponta que 40% do valor da gasolina e 21% do valor do diesel é composto por tributos. A cobrança é proporcional, sempre que sobe o valor da gasolina, aumenta também a arrecadação dos impostos. O supervisor técnico do Dieese discorda do Governo.
Para ele, as recentes altas no valor dos combustíveis têm razão na política de preços praticada pela Petrobrás.
Em nota técnica publicada na semana passada, o Dieese defende que os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis ocorrem, quando a atual política da Petrobrás vincula o preço do barril do petróleo, aos valores praticados no mercado internacional. Assim, os preços da gasolina do diesel ficam sujeitos à variação do valor do petróleo e também às oscilações do câmbio, mesmo com os custos de produção sendo realizados em real.
Segundo o economista, o papel da empresa na sociedade brasileira precisa ser rediscutido.
Em 12 meses, o preço médio da gasolina teve alta de 20% em Curitiba. O valor do óleo diesel e do diesel S10 tiveram alta no valor médio de 7% no mesmo período, segundo o sistema de levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo. Nos mesmos 12 meses, o valor médio da cesta básica em Curitiba teve alta de 28%, segundo o DIEESE.
Fonte: Band News