Com o lema “um outro mundo é possível”, o Fórum Social Mundial trouxe a Porto Alegre debates e propostas alternativas de soluções para problemas dos mais diversos matizes.
Assim, o encontro de ativistas de Organizações Não Governamentais debate, desde 2001, ideias para se obter mais justiça social, melhoras nas questões ambientais, nas condições de trabalho, democracia participativa, mais tolerância às diferenças de cor ou opção sexual, enfim, uma infinidade de temas.
Gradativamente, foram surgindo eventos paralelos ou complementares, que foram aprofundando temas específicos, casos do Fórum Mundial da Educação, Fórum Mundial da Saúde, sem falar nos encontros regionais, nacionais e continentais realizados sob o guarda-chuva do Fórum Social Mundial.
Para a próxima semana, após o Carnaval, mais uma dessas iniciativas sairá do papel. E, mais uma vez, terá como sede a Capital gaúcha. Trata-se do 1º Fórum Mundial da Bicicleta, que acontece de 23 a 26 de fevereiro.
A ideia é difundir a cultura da bicicleta como meio de transporte e não apenas como um esporte ou uma prática de lazer. A data não foi escolhida por acaso. Marca um ano do atropelamento de ciclistas que participavam de uma manifestação do grupo Massa Crítica, no bairro Cidade Baixa.
Organizados, os ciclistas estão reivindicando mais espaços para utilizar este meio de transporte ecologicamente correto. Mas veem a necessidade de maior segurança para difundir esse meio alternativo. Isso passa, necessariamente, pela construção de ciclovias, o que já está no papel, através do Plano Diretor Cicloviário, e começa a se tornar realidade, caso da via que está sendo construída junto ao Arroio Dilúvio, na avenida Ipiranga.
Mesmo com dificuldades e disputando espaço com os carros, as bicicletas ganham cada vez mais as ruas, em Porto Alegre. É visível o aumento gradual do número de pessoas que optam por esse meio de transporte.
A realização do Fórum Mundial da Bicicleta, com oficinas, palestras de segurança e orientações aos ciclistas pode impulsionar essa saudável prática. A vinda de convidados internacionais também pode servir de estímulo e exemplo.
Mas não é preciso viajar à Europa para ver exemplos de municípios em que boa parte da população utiliza a bicicleta como meio de locomoção. Diversos municípios do Interior gaúcho adotam a prática.
Para presenciar esse uso massivo em um grande centro urbano, aí sim pode-se recorrer a modelos do continente europeu. Cidades como Berlim, na Alemanha, ou Amsterdã, na Holanda, são tomadas todos os dias por milhares de ciclistas.
Não é raro ver um trabalhador, vestido de terno e gravata, e indo para o sua atividade profissional em uma bicicleta. É claro, que para distâncias médias e longas, a bicicleta pode não ser uma solução razoável para a maioria das pessoas.
Mas mesmo nestes casos, é possível que sirva como transporte complementar - para ir de casa até uma estação de trem ou de um estacionamento até o serviço. Poder-se-ia comparar a bicicleta à energia eólica ou solar. Ou seja, não resolve todo o problema do trânsito, mas ajuda e é uma alternativa não poluente.
Assim, além de debates para buscar soluções, como o 1º Fórum Mundial da Bicicleta, faz-se necessário o crescimento dos espaços para ciclistas e o respeito dos motoristas a eles. Dessa forma, estaremos provando que um “outro trânsito é possível”. A diferença, com certeza, será para melhor.
Extraída de: Intelog
Quarta, 15 Fevereiro 2012 11:09
Um outro trânsito é possível
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