Segunda, 06 Fevereiro 2012 10:15
ITTI elabora projeto para recuperar trecho da Ferrovia Bauru-Garça
A falta de manutenção e utilização da antiga Linha Ferroviária Tronco-Oeste, construída há 30 anos, causou passivos ambientais espalhados por uma área de 30,8 hectares, no município de Gália (SP). Entre tais passivos se destacam os processos de assoreamento no Córrego Anhumas, que cruza o quilômetro 380 da atual Linha Bauru-Garça, trecho sob concessão da ALL Malha Paulista.
Visando identificar e sanar os danos ambientais, o Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em convênio com a Coordenação Geral do Meio Ambiente do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (CGMAB-DNIT), elaborou um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).
A suscetibilidade natural do solo à erosão, somada à ausência de vegetação em pontos específicos do terreno, causou desmoronamentos – problema que atingiu um proprietário rural da região, que teve algumas cabeças de gado soterradas. Com isso, o DNIT, responsável pela ferrovia, foi convocado pelo Ministério Público a elaborar um plano para sanar os impactos negativos do empreendimento.
Os estudos começaram em abril de 2011 com uma inspeção de campo feita pela equipe técnica do Instituto. O objetivo da visita ao local foi identificar as áreas degradadas, cadastrar os problemas e levantar informações para a elaboração do PRAD. Os mais de 30 hectares de passivo ambiental foram divididos em três áreas, com diferentes graus de degradação, que vão de baixo a intermediário.
“Pelas condições do local, verificamos que não eram realizadas as manutenções periódicas da via. Como parte do PRAD, nós coletamos amostras de sedimentos e de água para realizar análises físico-químicas”, explica o engenheiro civil do ITTI que comandou a inspeção, Philipe Ratton.
Problemas detectados
Com a inspeção, o ITTI confirmou erosões no local, obstrução dos dispositivos de drenagem, ausência de vegetação de proteção e mata ciliar, além de deslizamentos de terra.Para reverter o quadro, o PRAD propõe, entre outras ações, a reconformação do solo, a construção de cercas nas áreas onde houve desmoronamento, o plantio de árvores nativas e a melhoria do sistema de drenagem, além de indicar as melhores técnicas para cada ação de recuperação.
O projeto foi elaborado para ser executado em três meses. Segundo o coordenador setorial do PRAD e engenheiro civil do ITTI, Cristhyano Cavali da Luz, após a execução do Plano, deve haver acompanhamento semestral da área durante dois anos.
O conjunto de soluções será apresentado entre os dias 13 e 17 de fevereiro, em Marília, como parte do Seminário Técnico que acontece no Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de São Paulo. A apresentação será feita às instituições que assinaram o laudo da Ação Civil Pública movida contra o DNIT.
No evento, promovido pela CGMAB-DNIT, Cavali explicará os aspectos técnicos necessários para a recuperação da área. “A falta de manutenção da via e dos dispositivos de drenagem, aliada às características do solo na região e à ausência de um planejamento para recuperação da área, culminou nos problemas hoje encontrados. O objetivo agora é interromper o ciclo de degradação e impedir que as áreas ainda não afetadas sofram os mesmos problemas”, conclui o coordenador.
Extraída de: ITTI
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