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Quarta, 28 Dezembro 2011 14:54

Hidrovia levará benefícios do polo naval para o Interior

Uma empresa que percebeu as oportunidades que a malha hidroviária oferece é a Iesa Óleo & Gás que está se instalando no município de Charqueadas. A companhia se integrará ao polo naval e produzirá módulos equipamentos para plataformas na cidade, de onde é possível chegar ao porto de Rio Grande pelo rio Jacuí.   Coester revela que outros grupos estão avaliando as vantagens de irem para a região. Existe ainda a probabilidade de que uma fabricante de motores marítimos de grande porte venha a atuar no Estado. O dirigente lembra que se trata de equipamentos que podem pesar mais de 300 toneladas e que dificilmente conseguiriam ser transportados pelo modal rodoviário. “A hidrovia, mais uma vez, é o caminho”, defende.   De acordo com Coester, o foco do governo estadual no próximo ano estará na atração de fabricantes de equipamentos que são fornecedores dos estaleiros. “A meta é trazer essas empresas intermediárias porque o Rio Grande do Sul começa a se apresentar como um destino interessante”, enfatiza.   O diretor da Revista Conexão Marítima e ex-superintendente do porto de Rio Grande, Jayme Ramis, acredita que o tamanho do polo naval fará com que cidades próximas a Rio Grande também aproveitem as oportunidades econômicas geradas. Ele aponta que as maiores dificuldades concentram-se justamente na demanda que o polo naval exige, devido aos volumes de negócios que estão sendo feitos e nas contrapartidas que a região pode dar. “Há o problema da capacitação, não temos hoje mão de obra suficiente”, alerta Ramis.   O dirigente comenta que, normalmente, as funções dentro da construção naval exigem conhecimento técnico para atuação em áreas como soldagem, mecânica, entre outras. “É impossível essa região sozinha suprir essa demanda toda”, admite Ramis.
Fundo de desenvolvimento pretende diminuir desigualdades A evolução econômica que está acontecendo na Metade Sul com o polo naval também é o desejo de outras regiões do Estado. Uma das ferramentas que pode contribuir para que esse anseio torne-se realidade em outras localidades é o Fundo de Desenvolvimento da Bacia do Rio Uruguai, proposto pelo deputado federal Osmar Terra (PMDB).   O parlamentar explica que o mecanismo destinará uma parte da arrecadação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Fundo de Participação dos Estados (FPE) para ajudar no desenvolvimento dessa área. A medida sugerida por Terra deverá beneficiar 373 municípios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O deputado recorda que já existem o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste, que ajudou a estimular estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e o Fundo Constitucional do Nordeste, que tem contribuído para que investimentos em energia eólica sejam feitos nessa parte do Brasil.   “Estou pedindo para que o Rio Grande do Sul tenha um fundo constitucional para beneficiar toda a nossa fronteira, além de cidades como Santa Maria e Bagé, entre outras”, informa Terra. As empresas que resolvem se instalar em municípios contemplados pelos fundos contam com financiamentos com prazos alongados, maior cobertura percentual do investimento e juros mais baixos. “É algo irrecusável para as companhias e as atividades delas ajudam o desenvolvimento desses lugares”, diz o deputado gaúcho.   Terra afirma que já conseguiu as assinaturas necessárias para a proposta tramitar na Câmara dos Deputados e acredita que em 2012 será possível conseguir os votos para realizar a emenda constitucional que viabiliza o fundo. O deputado antecipa que o fundo poderá beneficiar projetos em segmentos como o de energia eólica e de agroindústria, por exemplo. Ele ressalta que na Bacia do Rio Uruguai é possível observar a produção de soja, arroz, leite, suínos e, no momento, começa a ser desenvolvida a cultura da cana-de-açúcar. O parlamentar salienta ainda que o mecanismo auxiliará o aprimoramento da infraestrutura dos municípios.     Extraída de: Portos e Navios  
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