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Terça, 29 Novembro 2011 10:28

O Brasil clama por investimentos em infraestrutura

Se tiver apenas um desses dois ingredientes a receita para levar um país para patamar mais alto no crescimento e no desenvolvimento terá muito pouca utilidade. Investir em infraestrutura ajuda a elevar os rendimentos dos capitais já instalados, além de ajudar a criar condições de atração de mais capitais em razão da redução dos custos para instalar, operar e distribuir produtos e serviços. O Brasil tem investido o suficiente em infraestrutura? O sistema de transporte é importante para ajudar no crescimento do país? Como o Brasil está em termos de investimento em transporte?   Os setores de energia, transportes, telecomunicações e saneamento, principalmente os três primeiros, possuem a capacidade de gerar riqueza em magnitude muito superior aos valores investidos neles próprios. Por proporcionar menores custos dos investimentos em gerais, aumentar a produtividade, ajudar a gerar economia de escala e poder transformar regiões, investir em infraestrutura deve ser um dos principais objetivos de uma nação. Infelizmente, o Brasil tem se comportado muito inadequadamente nesse quesito. Desde a década de 1980 que o percentual do PIB que o Brasil investe em infraestrutura está em torno de 2%.   É um percentual muito pouco. De acordo com estudo do Banco Mundial, somente para manter o estoque de infraestrutura existem seriam necessários investimentos anuais de 3% do PÍB. Para alcançar o patamar da infraestrutura existente na China, por exemplo, seriam necessários investir em torno de 6% do PIB durante vinte anos.   Os anos têm sido bastante cruéis com o país quanto às políticas econômicas adotadas e aos vários problemas sérios pelos quais o nosso país passou. Desde os vários congelamentos de preços, hiperinflação, crises de dívida, programa de sustentação do controle de preços implantado no com o Plano Real e muitas outras situações pelas quais a nossa economia passou inviabilizaram um nível de investimentos mais substancial nas áreas de infraestrutura. Coisa que era feita na década de 1970 quando a taxa de investimentos nessa área girava em torno de 10% do PIB. Na verdade, o estado brasileiro com déficits nominais consideráveis, pagando juros muito altos, em 1999, por exemplo, chegou a 45% ao ano, e com vários outros problemas de ordem orçamentária teve poucos recursos para investir e o setor privado não teve participação significativa.   Um dos setores fundamentais entre os de infraestrutura está o de transportes. Nessa área, os investimentos são também muito baixos, em torno de 0,50% do PIB. Ao passo que países como a China e a Tailândia, por exemplos, estão em 4%. Além de ser muito reduzido, os investimentos em transportes estão concentrados no transporte rodoviário. Para este são direcionados em torno de 70% dos investimentos em transportes, enquanto para o ferroviário são destinados em torno de 20%. Isso é um dos motivos dos altos custos de logística no Brasil, visto que o transporte por ferrovia é muito mais barato do que o transporte por rodovias. Paises como os Estados Unidos utilizam uma relação inversa. Naquele país 43% do transporte é realizado por meio de ferrovias enquanto que pelas rodovias são transportados cerca de 30%.   Muitas vezes se pergunta por que o Brasil não consegue crescer na mesma taxa que a China cresce. Uma das respostas está na falta de infraestrutura. Se crescer mais, além de não termos mão de obra qualificada para vários setores, nos falta infraestrutura suficiente para atender a demanda de logística, energia e comunicação. Apesar de haver bastante carência de energia, a energia existente pode não ser suficiente para suportar uma taxa de crescimento do PIB de 10% ao ano, por exemplo, mas o mais deficiente é o setor de transporte. Esse setor deve ser tratado com prioridade, notadamente o ferroviário. A nossa economia está implorando que se invista pesadamente em energia e transportes. Construir usinas hidrelétricas, ferrovias, rodovias asfaltadas, pontes, viadutos, metro e outros tipos de infraestrutura é essencial para termos um Brasil com um perfil muito melhor do existente até o momento.   Por: Francisco Castro
Economista
http://www.franciscocastro.com.br     Extraída de Intelog  
  
 
 
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