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Terça, 06 Fevereiro 2018 17:04

Quadrilha é presa por maior roubo de combustível do AM

 

Após três meses de investigações, a Polícia Civil do Amazonas prendeu, nesta terça-feira (6), uma quadrilha que cometeu o maior furto de combustíveis da história do Estado, de acordo com o Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas). No total, 642 mil litros de gasolina foram roubados, em novembro, de uma balsa de grande porte – quantidade equivalente a 90% da capacidade da embarcação, gerando um prejuízo de mais de R$ 2 milhões. O sindicato informou que três pessoas foram presas pelos agentes da Operação Alceu, e a polícia ainda cumpre mandado de prisão para localizar mais um assaltante. Os integrantes da quadrilha são moradores da região.

Os criminosos agiram da seguinte forma: furtaram o combustível utilizando duas barcas menores como depósito da gasolina roubada. A embarcação estava estacionada em um porto privado na orla de Manaus (AM) e ia para Santarém e Itaituba, no Pará. A quadrilha pagou R$ 1.500 para um vigilante facilitar o acesso enquanto as barcas se aproximavam e retiravam a gasolina. A ação durou três noites.

Após perceber o roubo, o dono da embarcação denunciou o crime à polícia do Estado. As investigações revelaram que o combustível furtado teve três destinos: um posto flutuante na orla de Manaus, outro posto na zona rural de Manaus e um garimpo no município de Manicoré (AM). “Além de abastecer as dragas do garimpo, que são movidas a gasolina, o combustível furtado e revendido nos postos flutuantes serviu como insumo para a compra e venda de drogas no local. O maior movimento na região também contribuiu para estimular a prostituição infantil”, lamenta o presidente do Sindarma, Galdino Alencar Júnior.

A Delegacia Especializada em Furtos, Roubos e Defraudações desvendou o crime após obter autorização da Justiça para realizar escutas telefônicas e monitorar 15 pessoas. Dessas, quatro foram consideradas culpadas pelo crime. De acordo com o presidente do Sindarma, o episódio foi investigado devido à magnitude, mas, no geral, pequenos furtos não recebem a mesma atenção policial. Um dos principais motivos, segundo ele, é a falta de estrutura.

“Recentemente nós firmamos um convênio com a Secretaria de Segurança do Estado. Antes, os roubos e furtos da região não eram sequer investigados. A partir do acordo, percebemos mais lanchas policiais no Rio Negro. Entretanto, precisamos de apoio do governo. Os rios são as estradas no Amazonas. Temos que ter mais segurança”, argumenta Alencar Júnior. Ele ressalta que a Marinha também tem atuado nas regiões de garimpo com estrutura física, mas, como não possui poder de polícia para prender suspeitos, não pode coibir ações criminosas de forma enérgica. Segundo ele, o foco das ações está nos rios Solimões e Madeira, sobretudo na chamada “zona vermelha”, que fica entre Manaus e Porto Velho (RO). Contudo, muitos atos de pirataria vêm ocorrendo nas proximidades das cidades, como foi o caso do roubo em questão. “Os crimes estão avançando para a orla das cidades. Não podemos fechar os olhos para isso”, alerta.

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