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Segunda, 07 Novembro 2011 10:18

Modernização da malha garante crescimento acelerado à indústria

A indústria de equipamentos ferroviários tem motivos de sobra para comemorar. Pelas contas da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), o setor encerrará 2011 com um faturamento 22,5% maior que o obtido no ano passado.   "Depois de movimentar R$ 3,1 bilhões em 2010, chegará ao final de dezembro com uma receita acumulada neste exercício que deverá ultrapassar os R$ 3,8 bilhões inicialmente previstos pelas empresas", projeta Vicente Abate, presidente da entidade.   Além dos investimentos públicos e privados na modernização da malha ferroviária do país, também contribui para o aumento das encomendas de vagões, locomotivas, dormentes de concreto, grampos de fixação e aparelhos de mudança de via as exportações de commodities agrícolas e minerais. "A construção de novos terminais multimodais também já está se refletindo na cotação de novos negócios", acrescenta Celso Santa Catarina, diretor industrial da Randon, fabricante de vagões gôndola, utilizados para transportar minério de ferro do tipo hopper, usado no transporte de diversos tipos de grãos, calcário, entre outros, além de tanques para transporte de combustíveis e cimento a granel, vagões de carga geral, de transporte de granéis e carga geral e plataforma para o transporte de contêineres e carga geral.   Segundo o executivo, o faturamento da Randon Implementos este ano ficará pelo menos 20% acima do registrado no ano passado. Com esse resultado, ele acredita que encerrará o exercício consolidando sua posição no segmento em que atua desde 2004.   "Respondemos hoje por 30% do mercado brasileiro de vagões", destaca. Apesar da euforia que toma conta dos fabricantes de equipamentos, a empresa, que concentra 5,2 mil dos 12,5 mil funcionários do grupo gaúcho Randon, não pretende mudar sua estratégia de produção, ao menos por enquanto. Por causa do que chama de "inconsistências do mercado brasileiro", explica Santa Catarina, o objetivo é manter a estratégia de fábricas flexíveis, que podem operar tanto fazendo vagões como semirreboques.
A Randon Implementos tem capacidade instalada para produzir 2,5 mil vagões e 25 mil semirreboques por ano nas unidades de Guarulhos, em São Paulo, e de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.   No segmento de locomotivas, o quadro não é diferente. A produção deste ano ficará na casa das 100 unidades, 32 a mais em relação ao exercício passado, conforme o esperado pelo Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre).   A EIF, por exemplo, com fábrica em Três Rios (RJ), acaba de entregar quatro novas locomotivas no mercado e já tem em carteira mais 25 outras unidades de até 2 mil HP de potencia encomendadas para entrega entre 2012 e 2013. Deste total, cerca de 40% irão para o mercado externo. O destino serão países da África e da América do Sul, conta Carlos Braconi, diretor comercial da empresa fluminense.   "Nosso faturamento em 2011 será duas vezes e meia o que faturamos no ano passado", acrescenta Braconi, que espera pelo menos dobrar essa receita ao longo do próximo ano. No início de 2010, a EIF já havia assinado mais de 15 contratos com empresas do setor ferroviário, entre elas Vale, MRS Logística,
ALL, CSN.   De acordo com o executivo, para a EIF o cenário que se apresenta no curto e médio prazo é de manutenção do ritmo atual do crescimento do mercado. "A frota brasileira de locomotivas é muito antiga. A necessidade de renovação mais os novos projetos que estão surgindo asseguram a manutenção do crescimento desse mercado nos próximos cinco anos", prevê Carlos Braconi. Na área de carros de passageiros, o quadro não é diferente do segmento de cargas. Everton Jorge Pereira, diretor de vendas da subsidiária alemã no Brasil Knorr-Bremse, acredita que a receita da empresa este ano crescerá cerca de 20%, bem acima da média dos últimos dois anos.   Fabricante de sistemas de porta de plataforma, sistemas de freios e de ar condicionado para trens de passageiros, Pereira explica que, desde o ano passado, o segmento de carga está mais aquecido que o de passageiros e isso se reflete no perfil do faturamento da companhia, que tem se mantido acima de R$ 120 milhões anuais.   Cargas, que até 2010 contribuía com 20% da sua receita, em 2011 saltou para 30%, enquanto o segmento de passageiros caiu de 80% para 70%, no mesmo período.     Extraída de Brazil Modal Eventos e Notícias
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