O vice-presidente da ABTC (Associação Brasileira de Logística, Transportes e Cargas), e presidente da Associação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Pernambuco (Assemtra), Newton Gibson Júnior, esteve presente, nesta quarta-feira (30/8) em reunião do Fórum Permanente para o Transporte Rodoviário de Cargas, que ocorreu no Ministério dos Transportes, em Brasília.
O Fórum Permanente para o Transporte Rodoviário de Cargas, instituído por meio da Portaria nº 101 de 13 de maio de 2015, é uma das principais conquistas do Setor, resultante das negociações mantidas entre Governo Federal, representantes dos caminhoneiros e dos transportadores de cargas, em decorrência das paralisações ocorridas no primeiro trimestre de 2015.
Na reunião, foram discutidos diversos assuntos de interesse do setor, entre eles, mercado internacional, aumento do peso do eixo duplo e limites legais do MERCOSUL.
O coordenador-geral de operações rodoviárias do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Leonardo Rodrigues, apresentou o pleito da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, sobre alteração da Resolução nº 210/2006, no sentido de possibilitar que os caminhões tratores fabricados a partir de 2012 com PBT maior ou igual a 57 tf, tenham 1 tf de aumento no PBT (Peso Bruto Total), e que esse acréscimo possa ser distribuído entre os eixos dianteiro e traseiro.
Leonardo disse, em sua apresentação, que com a modernização da frota, a ANFAVEA demonstra que os veículos de carga estão aptos a tracionar maior PBTC (Peso Bruto Total Combinado), porém, o aprimoramento do dimensionamento de pavimento brasileiro não acompanhou a evolução dos caminhões. Segundo ele, o aumento dos limites da legislação vigente pode resultar na diminuição da vida útil dos pavimentos e suas patologias precoces.
Segundo Leonardo Rodrigues, entre os impactos da alteração solicitada pela ANFAVEA estão: desgaste da infraestrutura, com surgimento de patologias no pavimento das rodovias; maior número de intervenções ou recebimento de soluções mais robustas; modificações nos métodos de dimensionamento dos pavimentos, o que geraria um aumento das despesas com manutenção em toda a malha rodoviária em torno de R$ 2,24 bilhões por ano.
De acordo com Newton Gibson Júnior, para a manutenção das rodovias é necessário aproximadamente R$ 7,3 bilhões, no ano passado, só foi liberado R$ 5 bilhões, ou seja, foi gerado um déficit de R$ 2 bilhões, com esse novo investimento, o valor dobraria, ressaltou.
O coordenador do Dnit concluiu, que trata-se de um tema sensível às decisões de política de transportes no país e que para que exista um equilíbrio entre o pleito e as condições de segurança viária é necessário que: haja investimento equivalente na manutenção da malha rodoviária federal e OAE; o método de dimensionamento dos pavimentos seja alterado para atender novas cargas; exista investimento na segurança viária e na operação das rodovias e sugeriu consulta aos órgãos estaduais e municipais a respeito dos impactos, considerando a amplitude da matriz de transportes; a realização de estudos experimentais aprofundados para diagnosticar o real impacto nos pavimentos e que sejam apresentados estudos com maior embasamento técnico das justificativas para as alterações pleiteadas.
A próxima reunião está agendada para o dia 27 de setembro, em Brasília.
Sobre o Fórum
O Fórum TRC, de natureza consultiva e propositiva, tem como principal função contribuir para o debate e a unificação de esforços entre o governo federal e as entidades de apoio e representação nacional, em busca do aperfeiçoamento do transporte rodoviário de cargas no país.
Compõem o Fórum TRC representantes do Ministério dos Transportes, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), dos transportadores autônomos de carga, das empresas de transportes de cargas e dos embarcadores de carga.
As reuniões ordinárias são mensais e coordenadas pela Secretária-Executiva do Ministério dos Transportes ou pelo Secretário de Política Nacional de Transportes – SPNT, que coordena a Secretaria-Executiva do Fórum.
