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Quinta, 01 Dezembro 2016 11:59

Indústria de máquinas e equipamentos projeta um 2017 fraco

A indústria de máquinas e equipamentos espera um efeito Donald Trump no câmbio para tentar fechar 2017 com crescimento de 0,5%. A expectativa é que a valorização do dólar eleve a cotação da moeda para perto de R$ 3,70 nos próximos meses, o que poderia ajudar as exportações do setor no ano que vem, já que 2016 foi mais uma temporada perdida para aprodução. A projeção para o fechamento do ano é de queda de 25% no faturamento do setor.   As previsões despencaram mês a mês. No início do ano, o setor contava que o recuo anual seria de 5%, mas o tombo foi bem mais forte. “A retomada dos empregos e dos investimentos está adiada para 2018”, dsse João Carlos Marchesan, presidente da Abimaq. Como as exportações chegam a ter peso de 40% nos resultados do setor, a cotação da moeda americana está no foco. Em Minas o desempenho é pior que a média nacional. Puxado pelos segmentos de mineração, siderurgia e óleo e gás, o ano pode fechar com retração de até 40% no estado, que tem fatia de 6% do faturamento nacional.
Em outubro, a indústria nacional movimentou R$ 5,077 bilhões, com queda de 14,8% ante setembro e recuo de 22% na comparação com o mesmo mês do ano passado. De janeiro a outubro o faturamento acumula queda de 26% frente a 2015 e atinge R$ 55,8 bilhões. Em relação a 2012, último ano antes da redução da atividade, a queda na indústria de máquinas e equipamentos está na ordem de 56%.
Entre os setores da indústria nacional, o destaque são as máquinas agrícolas que fugindo da tormenta vai conseguir encerrar o ano com alta próxima de 7% no faturamento. Segundo Marcelo Veneroso, vice-presidente da Abimaq em Minas a expectativa do setor é que o governo tome medidas rápidas para conter a crise na indústria como o corte na taxa de juros. O coerte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) veio bem menor que o esperado pelo setor que aposta em um corte de 0,5pp a 1pp. “A taxa de juros brasileira não pode cair de uma única vez para 9% ao ano, mas ela tem que cair rápido para incentivar os investimentos”, defende Veneroso.
Acreditando que o pacote de concessões dos aeroportos que o governo publica hoje no Diário Oficial só terá efeito de médio prazo para a indústria, além do corte na Selic (Taxa básica de juros da economia) Marchesan defendeu outras medidas: “Os bancos devem aplicar os recursos do depóisto à vista na economia.” Ele citou também como pleito do setor uma nova repactuação de dívidas para que as empresas retomem aos poucos o recolhimento de impostos. Ociosidade
O mês de outubro foi encerrado com 303,4 mil empregados, alta de 0,4% em relação ao nível de setembro, mas queda de 5,4% na comparação com outubro do ano passado. No acumulado do ano a baixa é de 9,8%. O setor fechou 17,4 mil postos de trabalho nos últimos 12 meses.
A Abimaq divulgou também que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou em 63,4% em outubro, 5,5 pontos percentuais menor do que o verificado em setembro e 4,9 pontos percentuais inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado. Em Minas, segundo Veneroso a capacidade ociosa da indústria na média do ano, atinge 50%.  Balança
Segundo a Abimaq, o déficit comercial da indústria de máquinas e equipamentos nacional ficou em US$ 512,33 milhões em outubro deste ano, alta de 32,2% ante o déficit de setembro, mas recuo de 41,8% na comparação com o saldo negativo de outubro do ano passado. O déficit foi resultado de exportações que somaram US$ 601,33 milhões no mês, montante 1,9% menor do que o registrado em setembro, mas 3,9% superior ao anotado em outubro de 2015. Já as importações de máquinas e equipamentos somaram US$ 1,113 bilhão, alta de 11,3% sobre o resultado de setembro, porém recuo de 23,6% ante o nível alcançado em igual mês do ano passado. 
No acumulado do ano até outubro, as exportações cresceram 1,3%, para US$ 6,506 bilhões, enquanto as importações apresentaram queda de 18,9%, para US$ 13,249 bilhões, ambas na comparação com igual período de 2015. O déficit acumulado, portanto, é de US$ 6,742 bilhões, baixa de 32%. Extraído de: Estado de Minas
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