Quinta, 15 Setembro 2011 10:02
Correios entram em greve em quase todo o País
Funcionários da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) entraram em greve por tempo indeterminado a partir de 0h desta quarta-feira (14/9) em 24 Estados do País. Ação dos trabalhadores da estatal tem como objetivo reivindicar aumento de benefícios e reajuste salarial.
Os trabalhadores cobraram dos Correios, além de novas contratações, a reposição da inflação para 6,87%, o abono salarial de R$ 800, reajuste linear de R$ 50 a partir de junho, vale-alimentação de R$ 25 e vale cesta de R$ 140.
Segundo o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, que concedeu entrevista à rádio Estadão/ESPN na manhã desta quarta, a estatal fez uma proposta, dentro do limite oraçamentário, com reposição salarial pela inflação mais R$ 800 de abono e R$ 50 lineares, aumento do piso salarial de 13%, com ganho de 3% acima da inflação. Porém a proposta não foi aceita por parte dos trabalhadores e os Correios retiraram a proposta e paralisaram a negociação.
Oliveira também declarou que só serão retomadas as negociações se suspenderem a greve.
Para conter o prejuízo da paralisação, os Correios montaram um plano de contingência para garantir o atendimento à população. Em nota, a direção da estatal afirmou que vem trabalhando para normalizar a situação o mais rápido possível.
Leia abaixo a nota dos Correios na íntegra:
“Os Correios ofereceram todas as condições necessárias para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012. Apesar de todos os esforços da empresa, a paralisação foi deflagrada a partir desta quarta-feira (14).
A ECT trabalha para normalizar a situação o mais rápido possível e está adotando uma série de medidas que garantem o atendimento à população brasileira: contratação de recursos, realocação de pessoal, realização de horas-extras e trabalho nos finais de semana.
Os Correios colocam-se à disposição de todos os veículos de imprensa para dar informações sobre a situação e reafirmam seu compromisso de empresa pública empenhada em garantir o acesso de todos os cidadãos brasileiros ao serviço postal e contribuir para o crescimento do país.”
MP 532
Além das reivindicações salariais, as organizações sindicais do setor vêm batalhando pelo veto da Medida Provisória 532/11, que, dentre outros assuntos, amplia as áreas de atuação dos Correios. Tal mudança possibilitaria a privatização da empresa.
No dia 23/8 a Câmara concluiu a votação da MP 532. Na ocasião, os destaques da oposição, que pretendia alterar o texto da Medida Provisória, foram rejeitados.
Na primeira votação, os deputados rejeitaram destaque do DEM, que pretendia excluir da MP a permissão dada aos Correios para criar subsidiárias e adquirir o controle acionário ou participar de outras empresas. Foram 265 votos pela manutenção do texto aprovado na semana passada e 128 favoráveis ao destaque e 7 abstenções.
Na outra votação, os deputados rejeitaram o destaque do PPS, que visava retirar do texto a permissão para os Correios adquirir o controle ou participação acionária de empresas já existentes. Foram 136 votos favoráveis ao destaque e 266 contrários e 6 abstenções.
Durante a votação, servidores dos Correios que estavam nas galerias protestaram e houve até ameaça de expulsá-los do local.
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