O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, do governo federal, fiscalizou 87 obras de infraestrutura básica em 86 assentamentos distribuídos em 18 estados no país. E concluiu que em 60,7% das superintendências regionais do Incra, órgão responsável por essas ações, não foram utilizados critérios claros e objetivos para priorização desses projetos. Outro dado revelou que o andamento das obras em 85,7% dessa amostra fiscalizada estava atrasada. Entre as razões do atraso está o atraso e dificuldade de liberação de recursos.   O ministério centrou sua fiscalização em obras como estradas vicinais, rede elétrica, saneamento básico e sistemas de captação e distribuição de água. O Incra recebe anualmente, em média, cerca de R$ 350 milhões de recursos federais para essas obras. A auditoria mostra, porém, que o gasto de fato foi baixo, perto do montante previsto. Em 2010, a dotação orçamentária foi de R$ 324,8 milhões e o efetivamente executado foi de R$ 56,3 milhões, apenas 17,3% do total. Em 2012 foi pior. Dos R$ 383,2 milhões previstos, a execução foi de R$ 20,7 milhões, que representam apenas 6,3% do total.   Entre os problemas detectados pelos técnicos do ministério estão: número insuficiente de profissionais de engenharia civil, elétrica e de agrimensura, arquitetura e geologia para atender os projetos, a fuga, o êxodo de servidores qualificados ocasionado pelos salários incompatíveis com as exigências curriculares, quando comparado com os salários oferecidos pela iniciativa privada ou até mesmo por outros órgãos governamentais, obsolescência dos equipamentos e aplicativos de informática, como número insuficiente de computadores de mesa e portáteis com alto poder de processamento. Também há falta de aplicativos mais recentes para desenho técnico, cálculos, simulações e outras atividades de infraestrutura.     Extraído de: O Globo