Com o foco em manter um desenvolvimento sustentável e criar propostas que permitam reflexos econômicos e sociais positivos à comunidade, a sociedade civil organizada, composta por sindicatos, associações e ONGs, com representações do poder municipal e legislativo, capitaneada pelo Presidente da Cia. Docas da Paraíba, Wilbur Jácome, reuniu-se nesta segunda-feira, no Porto de Cabedelo, para criar o COMITÊ DE COMBATE A POLUIÇÃO. Deste comitê, visam-se extrair ações de curto, médio e longo prazo, com o intuito de minimizar os impactos ambientais negativos que prejudiquem a população de Cabedelo, oriundos da movimentação dos mais diversos tipos de cargas que passam pelo porto. Todos os envolvidos nas operações portuária possuem representação no comitê e, através de um acordo de co-responsabilidade, buscam otimizar os processos, priorizando o bem estar da sociedade. Como resultado desta primeira reunião, ações de curto prazo já foram providenciadas pelos empresários e transportadores, que adquiriram um equipamento moderno (varredeira), com um investimento na ordem de R$ 130 mil, para diminuir a poeira na varrição de cargas a granel, já que o mesmo possui um sistema de filtragem da poeira, além de realizar outras ações técnicas que contribuirão para a diminuição significativa da poeira proveniente das movimentações das cargas. A conscientização dos trabalhadores envolvidos, assim como dos motoristas (funcionários e autônomos) é prioridade e, por isto, serão realizadas periodicamente palestras e cursos. Coque de Petróleo Outra preocupação do comitê é fornecer a população informações fundamentadas e consistentes, evitando que viés político possa distorcer dados e prejudicar o debate. Com a criação de panfletos e informativos que serão distribuídos, o comitê irá, por exemplo, desmistificar as informações acerca do Coque de Petróleo. O coque é obtido do petróleo, por meio da destilação e fracionamento, num processo chamado de coqueamento. É o mesmo processo de onde vem a gasolina, o querosene, o óleo diesel, os componentes dos plásticos (garrafas PET, saquinhos, náilon, etc.), perfumes, e muitos outros. Durante o processo de coqueamento, sobra no fundo dos tambores um resíduo preto, de carbono quase puro, chamado coque de petroleo. Sendo de carbono quase puro, o coque é um excelente combustível, pois queima a altas temperaturas (acima de 200º centigrados), ideal para altos fornos. Este carbono quase puro é praticamente inerte e, nestas condições, não reage com nada. Portanto, não é toxico! Mesmo inalado aos pulmões nas condições do dia a dia, não provoca doenças inflamatórias nem alergia nem tumores, nem câncer. Por isto, o coque pode ser armazenado a céu aberto sem risco. Infelizmente, sua cor negra traz alguns transtornos, principalmente para a dona de casa, mas não causa qualquer dano a sua saúde nem da sua família, em especial aos pequeninos. Mas é o mesmo inconveniente que a poeira e o pó do dia a dia. Esta informação é fornecida pelo Centro de Assistência Toxicológica – CEATOX, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da U.S.P., cujo laudo é assinado Dr. Anthony Wong (toxicólogo), que é Doutor em Medicina, Médico Assistente do Hospital das Clínicas e Diretor do CEATOX. Investimentos O Presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado da Paraíba – SETCEPB, Arlan Rodrigues, afirmou que a criação do Comitê é um importante passo para ações futuras, principalmente por conter todas as representações da sociedade, inclusive, do poder público. Segundo Rodrigues, é importante que Estado, representado pelo Executivo Municipal e Estadual, assim como o Legislativo possa, através de mecanismos fiscais (ICMS e ISS), estimular investimentos da iniciativa privada, como o asfaltamento e calçamento de ruas onde há o tráfegos dos caminhões. Foram criados três Grupos de Trabalhos: o GT1, que será responsável pela elaboração e criação de um projeto logístico para o município e para o porto, que inclua a implantação de rodovia interna, criando uma rota por fora do perímetro urbano, a melhoria das vias de acesso e, principalmente, ter a ferrovia como principal forma de transporte de cargas importadas e exportadas pelo Porto de Cabedelo; o GT2, responsável pela realização do Fórum do Meio Ambiente; e, por fim, o GT3, responsável pela articulação junto ao Poder Municipal e sociedade civil organizada para a realização de uma mobilização que culmine com uma Sessão Especial para debater o desenvolvimento sustentável, bem como os me canismos financeiros e fiscais necessários para alavancar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida do povo cabedelense. Na próxima segunda-feira, 12 de setembro de 2011, o comitê fará uma visita ao TECOP – Terminal de Combustíveis da Paraíba, empresa responsável pelo armazenamento do Coque de Petróleo, considerada a mais moderna e ambientalmente correta da América Latina neste seguimento e, na próxima quarta-feira (14), se reunirá novamente para dar andamento aos trabalhos.
