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Quinta, 14 Abril 2016 08:20

ANP espera aumento na importação de combustíveis em dez anos

A estimativa da Agência Nacional de Petróleo (ANP) é que a dependência externa de combustíveis no ciclo Otto (gasolina mais etanol) passe dos 32 mil barris por dia (b/d) do cenário atual para 198 mil barris por dia em 2026. Em 2030, a importação média de combustíveis no ciclo Otto deve atingir 408 mil b/d em 2030, declarou a diretora-geral Magda Chambriard.
Ainda de acordo com estimativa apresentada pela executiva, no 12º Fórum de Debates sobre Qualidade e Uso dos Combustíveis, a importação média brasileira de diesel A deve atingir 205 mil barris por dia em 2026 e 424 mil b/d em 2030, considerando que a refinaria do Comperj entre em operação em 2023.
Sem considerar a atividade da refinaria do Comperj, essa estimativa sobe para 264 mil barris ao dia em 2026 e 483 mil barris ao dia em 2030, disse Chambriard, nesta quarta-feira (13), no Centro do Rio de Janeiro.
“Como 2023 está longe, a gente apresentou os dois cenários. Vocês vêm que no mínimo tem movimentação portuária extremamente relevante a ser tratada”, ressaltou na apresentação.
De acordo com ela, "se vê principalmente" diesel e gasolina entrando por São Luiz, no Maranhão, Suape, em Pernambuco, e São Sebastião, no estado de São Paulo. A executiva afirmou que, se continuar dessa forma, os três portos terão "praticamente" um milhão de barris por dia entrando por eles.
"Diariamente a gente fornece subsídios para discussão dessa carência nos portos, que é absolutamente essencial para o abastecimento dos combustíveis. Fazer algo logo, do contrário, vamos ter problemas", afirmou. Estoques estratégicos
Chambriard falou também sobre a necessidade do que ela denominou “estoque estratégico”, em caso de possíveis entreveros que possam surgir em uma situação de um milhão de barris por dia chegando aos três portos.
“Um ponto que não pode ser esquecido. Se chegar a esse número de um milhão de barris (...) dificilmente vai deixar de reconhecer que isso aí é uma operação complicada nos portos e tem muita chance de ter entreveros. E entreveros só vamos solucionar com estoque estratégico. Se a questão ficar complicada, necessariamente vai ter uma conta para pagar em estoque estratégico. É só um sinalzinho amarelo que estamos trazendo para a discussão”, concluiu. Refinarias
A executiva declarou ainda que seria necessária, para o que ela chamou de “percurso da autossuficiência”, a existência no país de mais duas refinarias, além das que já estão planejadas.
"Se olhar a capacidade instalada, ou seja, o parque de refino do Brasil não mudou muito. Em termos de refinarias novas, não fizemos muito. (...) O Brasil tinha pensado antes uma [refinaria] no Maranhão e outra no Ceará. Na visão do ANP não é isso. Na visão da ANP, a gente teria que ter uma no Maranhão e a outra para cobrir o Sudeste e o Centro-Oeste, como a gente já tem uma refinaria em Minas mais ao leste, essa segunda refinaria poderia ser, por exemplo, no triângulo mineiro", disse.
Apesar de afirmar que o Brasil tem um cenário "que considero espetaculares no que se refere ao automotivo" e que o país hoje tem o quarto maior mercado consumidor do mundo no setor, ela ressaltou que a ANP entra somente no mérito do "tem carência ou não".
"O Brasil adora diagnósticos, a gente fez diagnóstico: temos que mitigar risco de abastecimento”, concluiu. Extraído de: G1
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