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Sexta, 30 Janeiro 2015 12:01

Aéreas querem reduzir custos operacionais

Conservadoras com relação ao crescimento do mercado, as companhias aéreas apostam em novas medidas operacionais e melhora da infraestrutura aeroportuária para evitar desperdícios e mais perdas.
"Frente à retração econômica e ao preço do combustível, as empresas fazem o que têm ao alcance: aumentar a produtividade mantendo as aeronaves ocupadas e reduzindo desperdícios". É o que afirma o diretor de segurança da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Ronaldo Jenkins.
Segundo ele, a implementação de um novo conceito operacional - para companhias e aeroportos - pode aumentar a eficiência dos procedimentos durante o pouso e a decolagem e consequentemente aumentar o número de passageiros transportados a um custo menor.
Além disso, cerca de 15 obras em infraestrutura aeroportuárias estão em andamento, ou previstas para iniciar este ano. Para a associação, as melhorias devem ajudar na produtividade.
O desafio será manter o calendário sem atrasos, informa o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. Para o especialista, imprevistos ou atrasos com fornecedores podem provocar o efeito contrário: cancelamentos, remarcações de passagens e insatisfação dos clientes. "Estamos trabalhando com antecedência para que não ocorra. Mas, não eliminamos a possibilidade", analisa.

Associadas Ainda segundo a entidade, o setor espera crescimento de 5,7% em 2015, mesmo índice atingido no ano passado, enquanto que em 2013, teve alta de 6,5% e de 7% nos 12 meses anteriores. Para a Abear, o cenário de instabilidade econômica, somado à alta do preço do combustível, desacelera o mercado de aviação doméstica. "O crescimento está diretamente relacionado às mudanças na economia", diz.
Para ele, o País passa por um momento de transição, com um novo comando e medidas econômicas. "No entanto, se houver uma melhora na perspectiva e na confiança dos empresários é provável que as viagens corporativas consigam impulsionar o mercado".
De acordo com os dados da Abear, em termos de participação de mercado a TAM liderou com 38,41%, seguida pela GOL, com 36,40%; Azul, com 16,77% e Avianca, com 8,43%.
"A participação da Azul e da Avianca deve crescer em um futuro recente", acredita o consultor técnico da Abear, Maurício Emboaba. Para ele, a operação das companhias é recente, no entanto, estão apresentando bons resultados. Internacional No segundo semestre do ano passado, algumas das associadas - Avianca e Azul - retomaram ou iniciaram as operações internacionais. No total, a oferta deste mercado atingiu uma oferta de 35,392 milhões de passageiros, retração de 1,5%, ante o ano anterior. Enquanto em 2013 o crescimento havia sido de 7,4%. Já a demanda total foi de 29,177 milhões de pessoas transportadas, apontava o relatório. Com a demanda evoluindo mais do que a oferta houve um aproveitamento maior (load factor) das aeronaves, ficando em 82,4% no ano, alta de 5,1 pontos percentuais, ante 2013.
A companhia TAM novamente liderou o ranking de participação de mercado, com 84,48% do segmento internacional, seguida pela GOL, com 14,92%; Azul, com 0,57% e Avianca, com 0,02%.
No transporte de carga, a entidade comentou que o crescimento é baixo. "Não depende apenas do setor de aviação. É necessário ampliar e melhorar a malha. Além de investir na infraestrutura intermodal", analisa Ronaldo Jenkins.
Conforme Jenkins, é inviável deixar em mãos do transporte rodoviário. Algumas cargas não são transportadas nesse meio. O País precisa ampliar as opções (ferrovias) e criar a ligação entre elas.
No Brasil, o transporte aéreo de carga internacional é responsável por apenas 0,2% do volume total. Em países desenvolvidos, os três meios de transporte são alinhados, diz.
Outro fator que tem influenciado negativamente o setor é o preço do combustível. Mesmo com a queda do preço no cenário internacional, o Brasil ainda deve demorar para sentir a redução, pois a Petrobras não demonstra planos de mudar o preço do querosene. "A queda de 50% no preço [internacional] não reflete diretamente no Brasil", diz o presidente da Abear.
Segundo ele, no País o preço é mitigado devido ao efeito do câmbio monetário, além de chegar em partes. "O impacto do preço será visível no segundo semestre do ano", diz.
Questionado sobre a possível influência nas empresas brasileiras, o executivo afirma que varia de acordo com as ações comerciais de cada companhia. "Tudo depende dos pontos de abastecimento durante as rotas. Isso, apenas as empresas deverão saber".

Reajuste salarial Após 42 dias de negociação entre as companhias de aviação e os profissionais do setor - aeronautas e aeroviários - o reajuste salarial finalmente chegou a um acordo, intermediado pelo Tribunal Superior do Trabalho. O índice será de 7% nos salários e 8,5% nos benefícios como o vale refeição e alimentação. Para o presidente da Abear, embora o ganho real sobre salário seja de 0,77%, com o aumento de 8,5% para os benefícios, alguns profissionais podem obter um aumento de seus ganhos acima de 1%, dependendo da categoria, diz. No entanto, também foi decidido pelo Tribunal, que até maio as companhias aéreas deverão apresentar uma nova proposta referente a jornada de trabalho. "Isso terá impacto direto no orçamento das companhias aéreas", ressalta Sanovicz. Segundo ele, cerca de 15% dos trabalhadores do setor pertencem a esta categoria. No entanto, este índice pode vir a mudar dependendo do resultado da discussão.
A comissão deve discutir questões como repouso, número de plantões em reserva e sobreaviso. Tudo isso pode resultar em escalas mais brandas e novas vagas para a categoria. Extraído de: Intelog?
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