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Sexta, 09 Janeiro 2015 10:46

Mercado de implementos rodoviários recua 10%

Os emplacamentos de implementos rodoviários recuaram 10% no ano passado na comparação com 2013, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira. O número total apurado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) chegou a 159.618 unidades.
O maior impacto, com queda de 20%, foi sentido no segmento de veículos pesados, identificados no mercado por reboques e semirreboques. O resultado atinge diretamente as duas maiores fabricantes do Brasil, Randon e Guerra, localizadas em Caxias do Sul. A primeira, que lidera o mercado nacional e a produção de implementos, tem cerca de 50% de sua receita vinculada à linha pesada.
Até novembro do ano passado, o grupo apurava faturamento bruto de R$ 5 bilhões, em queda de 18% sobre igual período de 2013. Já a receita líquida, na mesma base de comparação, recuara 11,5%, para R$ 3,5 bilhões. Em função da baixa do mercado, as unidades do grupo estão em férias coletivas desde a primeira quinzena de dezembro e só retomam a normalidade das atividades na segunda-feira, dia 12. O mesmo ocorre com a Guerra, que retorna à produção, parada desde 22 de dezembro, no dia 12.
As vendas nacionais de reboques e semirreboques totalizaram 56.529 unidades. Com exceção dos implementos para transporte florestal e dos tanques de carbono, em altas de 89% e 7%, respectivamente, os demais tipos tiveram recuos. Principal produto do setor, que representa em torno de 30% do total das vendas, o graneleiro teve queda de 30%, baixando sua participação de 32%, em 2013, para 27% no ano passado. As vendas de produtos de maior valor agregado, como os baús frigoríficos, com grande concentração em marcas gaúchas, como Randon e Recrusul, recuaram quase 40%. Na linha leve, formada por carrocerias sobre chassis, o mercado apresentou declínio de 4%, com total de 103.089 unidades comercializadas. 
As vendas externas também foram negativas no ano passado. Somaram 3.756 unidades, em queda de 31%. A Randon, de Caxias do Sul, tem perto de 90% de participação nos volumes totais.
A preocupação do setor é que a situação interna se agrave no primeiro trimestre do ano em razão das novas normas do PSI/Finame, linha de financiamento de investimentos do Bndes que é responsável por financiar a maior parte dos implementos rodoviários da linha pesada. A taxa anual de juros praticada nos financiamentos no âmbito do programa passou a 10% para grandes empresas; 9,5% para pequenas e médias; e 9% na modalidade Pró-Caminhoneiro, destinada a autônomos.
Também há expectativa de redução da parte financiável pelo PSI/Finame, que era de 100% do valor do bem. No entendimento de Alcides Braga, se isso ocorrer, os bancos comerciais terão de entrar firmes no complemento do valor dos bens, mas com taxas competitivas. “Isso é importante para que os clientes adquiram o produto sem desembolso de capital de giro.”
No segmento leve, no qual o impacto das regras do PSI/Finame é menor, porque parte das empresas compradoras não consegue se enquadrar nas regras do Bndes, Braga estima que as vendas sigam em baixa, influenciadas pelo desempenho da economia no ano anterior. Acredita, no entanto, que a adoção de medidas que reaqueçam a economia ainda no princípio do ano poderá trazer reflexos positivos após os primeiros três meses. Exportações de calçados caíram 2,6% no ano passado Apesar das empresas calçadistas comemorarem, em dezembro, um incremento de 10% nas exportações em relação ao mesmo mês de 2013, alcançando US$ 119,25 milhões em pares embarcados, a recuperação não foi suficiente para reverter o quadro de queda no acumulado, que ficou em 2,6%.  No ano passado, foram exportados 129,5 milhões de pares de calçados por US$ 1,067 bilhão, cerca de US$ 30 milhões a menos do que em 2013. Em pares, porém, a recuperação foi positiva em 5,4%. A explicação da diferença passa pela queda de 7,5% no preço médio do produto embarcado, que ficou em US$ 8,24. 
Para o presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, o ano registrou um “empate técnico” devido ao desempenho melhor nos embarques de dezembro. Segundo ele, contribuiu para o desempenho positivo no último mês do ano passado o câmbio mais favorável para a formação de preços competitivos e a recuperação gradual de alguns dos principais mercados para o calçado nacional, com destaque para os Estados Unidos. “A valorização da moeda norte-americana, se confirmada em 2015, deve melhorar os níveis dos embarques”, projeta o executivo, acrescentando que a Couromoda, feira que será realizada em São Paulo entre 11 e 14 de janeiro, deverá servir como um termômetro para o ano que inicia. 
Tradicional exportador de calçados de maior valor agregado, o Rio Grande do Sul encerrou o ano contabilizando 17,96 milhões de pares embarcados somando US$ 387 milhões em exportações – mesmo número de 2013. O segundo principal exportador foi o Ceará de onde foram remetidos 56,3 milhões de pares por US$ 310,6 milhões, queda de 1,4% frente a 2013. 
Único resultado positivo entre os principais exportadores de calçados, São Paulo vendeu 11,7 milhões de pares por US$ 145 milhões, 0,4% mais do que em 2013. 
O destaque do ano passado foi Minas Gerais. Mais de 4,8 milhões de pares mineiros geraram US$ 25,68 milhões, 40,4% mais do que em 2013. 
Em alta desde 2010, as importações acompanharam a tendência de desaquecimento interno no varejo de calçados – que deve cair em torno de 1% até dezembro. No ano passado entraram no Brasil 36,8 milhões de pares por US$ 561,28 milhões, queda de 1,9% no comparativo com 2013. Produção cai 0,7% em novembro e tem o maior recuo desde junho A produção da indústria caiu 0,7% de outubro a novembro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado representa uma piora frente ao mês anterior, quando houve uma leve alta de 0,1%. A perda de novembro é a mais intensa na comparação mensal desde junho do ano passado, quando o setor registrou recuo de 1,7%.  Em relação a novembro de 2013, houve retração de 5,8%. Com o resultado, a produção industrial acumula queda de 3,2% em 11 meses de 2014. 
Em 12 meses, o índice também é negativo em 3,2%. A taxa representa a maior perda para o período desde dezembro de 2010 (-4,8%). Naquela época, a indústria ainda não havia se recuperado da crise mundial de 2009, que abateu o consumo e os investimentos no País.  Com o ritmo atual, é praticamente certo que o setor industrial fechará o ano com o mais fraco desempenho desde 2009, quando o recuo foi de 7,1%. O acumulado em 12 meses já supera a perda de todo o ano de 2012 (2,3%) e dificilmente o resultado de dezembro irá mudar essa situação. 
Segundo André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, a indústria mostra um desempenho mais fraco e opera em um nível 6,8% inferior ao seu recorde de produção, em volume, atingido em julho de 2014. “A cada mês o setor se afasta mais desse patamar.”
Dentre os motivos para o esfriamento do ritmo de atividade industrial, diz, estão o acúmulo de estoques em importantes setores, como veículos, e consumidores e empresários mais pessimistas com o cenário econômico - o que posterga decisões de compras e investimentos. 
Para se ajustar à demanda mais fraca, afirma, a indústria pisou no freio e cortou a produção a fim de evitar mais estoques indesejados. Macedo lembra que algumas empresas já adotaram medidas como demissões, corte de turnos, suspensão de contratos de trabalho ou férias coletivas para lidar com a conjuntura. Extraído de: Jornal do Comércio/RS?
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