Quarta, 12 Novembro 2014 11:51
Governo vai priorizar ferrovias para expandir transporte de carga
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, afirmou que o sistema sobre trilhos terá “papel prioritário” nos esforços do governo para modernizar a cadeia logística do país. A declaração foi feita durante a 17ª edição da Feira Negócios nos Trilhos, nesta terça-feira (11), em São Paulo.
Apesar da prioridade dada ao tema, os leilões de concessões de ferrovias não têm data para acontecer e dependem de uma série de diálogos e “conclusões de estudos” com a iniciativa privada, disse o ministro.
Altamente dependente de rodovias, o transporte de carga do país tem hoje apenas 30% do fluxo por meio de ferrovias. “Atrair cargas para o transporte ferroviário é um imperativo para atender os grandes centros de produção e principais portos de embarque”, disse.
Na visão de Passos, a ampliação da malha ferroviária é o melhor caminho para baratear o frete e reduzir os demais custos de logística. Há hoje 20 grupos empresariais interessados em projetos de ampliação da malha.
“Teremos 71 propostas examinadas pelo governo para dar passo a essa expansão, onde se localizam os grandes centros de produção que precisam de escoamento a custos de frete menores”, diz.
Até 2016, a Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF) projeta um crescimento de 12,5% na movimentação de cargas ferroviárias, com alcance estimado de 550 milhões de toneladas úteis.
Transporte de passageiros
Durante o evento, o ministro também afirmou que a velocidade de construção das ferrovias acelerou, mas a necessidade de dar respostas à mobilidade urbana ainda é um desafio. Hoje, somente 27% da malha ferroviária no país – cerca de 8 mil quilômetros – atende ao transporte de passageiros.
“O país perdeu sua perspectiva em relação ao transporte rodoviário de pessoas, mas começa a retomar isso [pelo transporte sobre trilhos]”, disse Passos.
Trem-bala
Quanto ao projeto de construção do Trem de Alta Velocidade (TAV), o trem-bala, o governo sinalizou a possibilidade de retomada com um novo traçado da malha, estudado no momento pela EPL (Empresa de Planejamento e Logística).
Mas após sucessivos cancelamentos de leilões, Passos não especificou quando estes estudos serão finalizados. O Tribunal de Contas da União (TCU) pediu à EPL uma atualização dos estudos, que devem ser avaliados num intervalo de 24 meses.
Além do traçado, a empresa reavalia estudos econômicos de demanda. “Quanto tivermos todos esses elementos avaliados será possível dar o passo seguinte para fazer as licitações”, disse o ministro.
Extraído de: G1