Os prejuízos causados por acidentes de trânsito envolvendo caminhões podem ser até 12 vezes maiores do que os causados pelo roubo de cargas, de acordo com uma pesquisa da Associação de Gestão de Despesas de Veículos (Agev). As perdas atingem não só os motoristas e as transportadoras, mas também os clientes. Por conta disso, algumas empresas implantaram medidas para tentar reduzir as ocorrências.   De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros, Claudinei Pelegrini, os custos com roubo de carga são cobertos pela apólice de seguro feita pelas empresas. No caso de acidentes, mesmo os caminhões segurados acabam trazendo custo extra. “Acabam tendo um custo adicional, que são os dias que os caminhões ficam parados e até mesmo o afastamento de funcionários que acabam ficando hospitalizados ou em casa. Isso de forma nenhuma é coberto pelo seguro”, explicou.   O caminhoneiro Sandro Klunk afirmou que testemunha acidentes envolvendo caminhões todos os dias nas estradas. Na maioria das vezes, ele conta que a pressa é o principal motivo. “Principalmente caminhão que tem carga horária. Os motoristas pegam uma determinada carga e tem horário certo para chegar ao destino. Infelizmente esses motoristas acabam ingerindo drogas, como o rebite, e isso pode causar um acidente”, afirmou Klunk.     Dados e Medidas   Marcelo Cesar Silva é dono de uma transportadora em São Carlos e, no ano passado, ficou com um caminhão parado por três meses por conta de um acidente. O prejuízo estimado pelo empresário é de R$ 24 mil.   Por isso, ele criou uma forma de tentar reduzir os acidentes. “Nós temos um plano de bonificação de acordo com a média de consumo de combustível. Assim, o motorista tem que andar entre 80 km/h e 90 km/h na estrada. Se ele cumpre essas metas recebe uma bonificação no valor de R$ 300, caso contrário ele não recebe o dinheiro e pode ter seu contrato rescindido”, declarou.   Para Sandro Klunk, o maior responsável pelos acidentes é a imprudência de motoristas. “As grandes empresas dão treinamento ao funcionário, mas não adianta dar treinamento teórico se na prática o motorista não vai fazer o que aprende”, pontuou Klunk.   De acordo com a pesquisa realizada pela Agev, o mau uso do caminhão também aumenta os gastos com a frota. O levantamento aponta que cerca de 62% dos custos de operação são influenciados por procedimentos errados como, por exemplo, dirigir com o pé esquerdo apoiado na embreagem.     Extraído de: G1