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Segunda, 05 Mai 2014 10:21

Buraqueira e “pedágio” indígena

O tráfego intenso e a má condição das pistas representam um desafio para quem cruza as rodovias federais do Tocantins e do Maranhão. Em um trecho de quase mil quilômetros entre os municípios de Pedro Afonso (TO) e Presidente Dutra (MA), a reportagem da revista Globo Rural se deparou com uma intensa buraqueira, longos trechos sem acostamento, sinalização deficiente e "pedágios" informais.   Na Belém-Brasília, uma das mais importantes e movimentadas do país, diversos trechos estavam interrompidos parcialmente por obras de restauração. Nas proximidades da divisa com o Maranhão, no município de Aguiarnópolis (TO), uma cratera provocou a interdição total da via, obrigando os motoristas a tomar um desvio de quase 60 quilômetros por estradas estaduais em péssimo estado.   Na BR-226, a sensação de abandono é agravada nos 120 quilômetros que separam os municípios maranhenses de Grajaú e Barra do Corda. O trecho, que corta a Terra Indígena Canabrava , dos índios Guajajara, está em ruínas. Nos trechos mais críticos, pouco sobrou do asfalto e a erosão já corroeu o que havia de acostamento.   O cenário é mais impactante pelo grande número de crianças indígenas que se colocam perigosamente à beira da rodovia e, muitas vezes, à frente dos caminhões. Com enxadas nas mãos e baldes cheios de terra, "fecham" a pista com um pedaço de corda e pedem retribuição dos motoristas pelo trabalho de tapa-buracos que encenam em meio ao tráfego pesado.   O cenário se repete em diversos pontos da travessia e reúne dezenas de crianças, adolescentes, mulheres com crianças de colo e idosos. "Um Real! Um Real!", gritam os meninos e meninas, enquanto erguem os braços. Alguns motoristas se comovem e distribuem poucos trocados. Outros buzinam e avançam sobre as frágeis "cancelas" de barbante.     Extraído de: Revista Globo Rural
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