Terça, 25 Março 2014 12:00
Seca vai diminuir oferta de etanol e açúcar
A seca que atingiu a região centro-sul até meados de fevereiro -região responsável por 90% da produção de cana no país- vai reduzir a oferta de etanol e de açúcar na safra 2014/15.
Ontem, foram divulgadas as primeiras estimativas para a safra que começa a ser processada em abril.
A consultoria Datagro estima que a região vá moer 574,6 milhões de toneladas, uma queda de 3,6% em relação à temporada anterior.
Também especializada no setor, a consultoria F.O. Licht fez estimativa semelhante, de 575 milhões de toneladas de cana.
O nível de precipitações abaixo da média no período mais importante para o desenvolvimento da cana também prejudicou a qualidade da planta.
Segundo a Datagro, o volume de açúcar recuperável será 5,3% menor do que na safra 2013/14, totalizando 75,27 milhões de toneladas.
A produção de etanol será a mais comprometida. Serão produzidos 23,63 bilhões de litros, 7,4% menos do que no ano anterior.
Segundo Nastari, a recuperação dos preços do açúcar -estimulada também pelos problemas climáticos no Brasil- estimulará as usinas a produzir mais açúcar do que o esperado inicialmente.
A Datagro estima que o volume de açúcar ficará em 33,2 milhões de toneladas -há 30 dias, a consultoria projetava 32,5 milhões de toneladas. Em relação à safra anterior, no entanto, haverá queda de 3,15%.
Mesmo com a safra mais "açucareira" no Brasil, principal exportador da commodity, a expectativa é que os preços continuem firmes.
"Outras geografias também estão enfrentando problemas climáticos, e a projeção de deficit mundial está mantida em 1,6 milhão de toneladas", disse ontem Nastari durante o Global Agribusiness Forum, organizado pela Datagro. Na safra passada, houve superavit de 2,66 milhões de toneladas.
Segundo ele, as exportações brasileiras de açúcar somarão 23,5 milhões de toneladas na próxima safra (-4,5%).
O especialista também espera que a recente alta no preço do etanol no mercado doméstico desestimule as exportações do produto, que cairão 35,8% em relação à safra anterior, para 1,7 bilhão de litros.
Extraído de: Folha de S,Paulo