Terça, 18 Março 2014 10:46
Etanol perde vantagem em São Paulo
O preço médio do etanol hidratado, que é usado diretamente no tanque dos veículos, subiu na maior parte dos Estados brasileiros na última semana, o que levou o biocombustível a perder sua competitividade econômica em relação à gasolina também em São Paulo e no Paraná.
Segundo o parâmetro de que é viável abastecer com etanol apenas quando seu preço na bomba equivale a menos de 70% do preço da gasolina, neste momento só vale a pena usar o biocombustível no Estado de Goiás, onde essa paridade está em 69,46% - também bem próxima do ponto de indiferença de 70%. Há estudos, porém, que o etanol é competitivo mesmo quando seu preço chega a quase 80% do da gasolina.
Segundo pesquisa semanal da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço médio do etanol hidratado nos postos de combustíveis aumentou em 19 Estados brasileiros entre os dias 9 e 15 de março. Em São Paulo, maior Estado consumidor de combustíveis do país, o litro subiu 0,58%, para R$ 2,054, na última semana. Nas últimas quatro semanas, a valorização chegou a 4,95%.
Essa alta reflete o aumento do preço do biocombustível na usina em São Paulo nos últimos meses. Segundo o indicador Cepea/Esalq para o hidratado, desde o início de fevereiro o preço na usina aumentou, em média, 8,16%, sobretudo por causa da menor oferta típica do período de entressafra da cana, que vai de dezembro a março.
Em apenas oito Estados e no Distrito Federal o preço médio do biocombustível caiu nos postos na última semana. Em Goiás, recuou 0,36%, a R$ 2,159. Com isso, Estado manteve sua paridade com o preço da gasolina em 69,46%.
Os preços mais altos nos postos ainda não inibiram o consumo em fevereiro. Pelo menos é o que indica o levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). No mês passado, a indústria vendeu 1,139 bilhão de litros de hidratado, 17,9% mais que no mesmo mês do ano passado.
Especialistas estimam que os preços mais elevados nos postos tendem a frear o consumo em março. O mercado aposta em vendas de hidratado (para uso combustível) ficarão entre 900 milhões e 1 bilhão de litros - ante os 1,030 bilhão de litros de fevereiro deste ano (uso combustível). Em relação a março do ano passado (788 milhões de litros), o consumo de março deste ano ainda deverá se manter em expansão.
Extraído de: Canal do Transporte