Terça, 11 Fevereiro 2014 12:32
Queda do lucro reflete ‘nova realidade do porto’, diz Santos Brasil
A operadora portuária Santos Brasil teve queda de 8,7% no lucro no quarto trimestre de 2013, para R$ 78,8 milhões, ante R$ 86,3 milhões sobre o mesmo intervalo de 2012. No acumulado do ano, o lucro também recuou: 5,6%, fechando em R$ 255 milhões.
Segundo o diretor executivo de relações com investidores, Orlando Mansur, a queda reflete a nova realidade do porto de Santos (SP), onde a empresa controla o maior terminal do país, o Tecon Santos. Em 2013 foram inaugurados dois novos terminais de contêineres em Santos, a Embraport e a BTP, que passaram a competir pelos mesmos tipos de serviços de navegação que operam na Santos Brasil.
Resultado, a empresa perdeu no ano passado 8,8 pontos percentuais da fatia de movimentação de contêineres no porto, encerrando 2013 com 43,5% do mercado em Santos. A operação de terminais de contêineres é o principal negócio da holding. No quarto trimestre, o braço respondeu por 79% da receita líquida total, que ficou em R$ 355,7 milhões, alta de 3,8% em relação à mesma base de 2012.
A movimentação nos terminais de contêineres da companhia caiu 14,1% no último trimestre de 2013 na comparação com o mesmo período de 2012, para 267 mil contêineres. No ano, cresceu 2,9%, para 1,171 milhão de contêineres. O percentual de contêineres cheios, que remuneram mais, teve leve queda. Saiu de 75,7% para 74,5%, no ano. Além do Tecon Santos, a companhia controla o Tecon Imbituba (SC) e o Tecon Vila do Conde (PA).
“O resultado de 2012 é uma base de comparação muito forte, porque foi um ano muito bom. Ainda assim, o efeito da competição por volume no porto de Santos fez com que o desempenho da companhia caísse, pressionando os resultados financeiros”, explica Mansur.
O aumento da competição sobretudo por cargas de longo curso – que remuneram mais porque geralmente usam armazenagem – teve como um dos efeitos abrir espaço no Tecon Santos para a volta de operações que tinham perdido terreno em Santos. Como as cargas de transbordo (transferência entre navios) e de cabotagem. Ambas, contudo, pagam menos ao terminal.
No quarto trimestre, as operações de transbordo responderam por 27,6% do total movimentado no Tecon Santos, ante 15,6% no mesma base de 2012. A cabotagem saiu de 9,2% para 13%, respectivamente. Os volumes de cabotagem no terminal cresceram 29,1% no quarto trimestre. “Foi uma surpresa positiva. A cabotagem é extremamente importante pelas dimensões do país e vai continuar crescendo devido ao adicional de capacidade em Santos”, afirma Mansur.
O terminal de veículos da empresa, o TEV, também no porto de Santos, teve bom desempenho. Movimentou 69,5 mil veículos no último trimestre, alta de 28,1% em relação ao quarto trimestre de 2012. O resultado fez com que a companhia atingisse um novo recorde anual com 256,9 mil veículos. Em suas operações de logística, outro braço do grupo, a Santos Brasil também manteve o forte crescimento operacional com incremento de 18,3% no último trimestre do ano.
A receita líquida da companhia cresceu 6,5%, para R$ 1,38 bilhão em 2013. Já os custos saltaram 16,1%, para R$ 802,5 milhões.
A holding encerrou o exercício com Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de R$ 528 milhões, recuo de 4,3% sobre 2012. O ambiente mais competitivo e o rearranjo dos serviços no Tecon Santos influenciaram na margem Ebtida, que saiu de 42,7% para 38,3%, queda de 4,4 pontos percentuais.
Extraído de: Agência T1