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Terça, 04 Fevereiro 2014 11:58

Indústria fecha 2013 com alta de apenas 1,2%, após forte queda em dezembro

A indústria brasileira recuou 3,5% em dezembro, frente a novembro, muito acima da expectativa média do mercado de uma queda de 1,7%, sob o impacto das paralisações para férias coletivas, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. A pesquisa mostrou uma queda generalizada, em todas as categorias de uso e em 22 dos 27 setores avaliados.   Com o desempenho de dezembro, a indústria fechou o ano de 2013 com alta de 1,2%, muito longe de recuperar a perda de 2,6% registrada em 2012. A indústria está 6,9% abaixo do nível mais alto de produção, de maio de 2011, e retoma o patamar observado no fim de 2009, quando ainda se recuperava dos efeitos da crise financeira internacional.   Na comparação com dezembro de 2012, a queda da indústria foi de 2,3%. E esse recuo foi em cima de uma base fraca, já que naquele mês a produção tinha caído 3,4%.   - Uma série de fatores vem acontecendo. Desde a redução da demanda, com níveis de inadimplência mais elevados, encarecimento do crédito, maior comprometimento do orçamento das famílias, formação de estoques e desaceleração da economia mundial ajudam a entender a redução do ritmo da produção industrial - afirmou o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Luiz Macedo, lembrando que o início da alta da taxa básica de juros da economia ocorreu no mês de abril.   Houve uma forte desaceleração da indústria no segundo semestre. Na primeira metade do ano, a produção avançou 2,1% frente a igual período de 2012. Já no segundo semestre essa alta foi de apenas 0,3%.   O mês de dezembro foi marcado principalmente pela concessão de férias coletivas pela indústria de veículos automotores segundo Macedo, mas a razão também foi apontada por empresas de outros setores para justificar a queda na produção. Em dezembro, 1.300 companhias citaram as férias coletivas como influência, frente a 1.100 em dezembro de 2012, 500 em dezembro de 2010 e 250 em novembro de 2013.   - Há uma freqüência maior de empresas em férias coletivas e também um ajuste maior da redução da produção - disse.   O principal impacto negativo em dezembro foi a produção de veículos automotores, que caiu 17,5%, depois de alta de 9,5% em agosto e setembro. Este é o terceiro resultado negativo e o pior resultado mensal desde o tombo de 29,3% em janeiro de 2012. A perda acumulada da produção de veículos automotores em três meses é de 22,9%.   O segmento de máquinas e equipamentos foi o segundo de maior influência, com recuo de 6,2%, seguido por farmacêutica (-11,7%) e refino de petróleo e produção de álcool (-4,3%).   - O recuo de 4,3% praticamente elimina o avanço de 4,6% de novembro. Houve paralisação de uma unidade produtiva do segmento de refino em dezembro - destacou Macedo.   A refinaria da Petrobras Repar, no Paraná, ficou fechada em dezembro depois do incêndio em sua unidade.   A indústria de bens de capital recuou 11,6% em dezembro, frente a novembro, a queda mais expressiva entre as categorias de uso. A menor produção de caminhões pesou nesse resultado, em função de férias coletivas em várias empresas do setor. Foi a maior queda para o indicador desde janeiro de 2012, quando recuara 17,9% e a segunda seguida.   A indústria de bens intermediários caiu 3,9% na mesma base de comparação - o maior recuo desde os 12,2% de dezembro de 2008. Com isso, anulou o ganho de 2,6% entre agosto e novembro. Já os bens de consumo tiveram queda de 2,5%, sendo 2,3% para semiduráveis e não duráveis e de 3% para duráveis.     Extraído de: O Globo
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