O governo de São Paulo e o Ministério dos Transportes assinam hoje um acordo para que a União repasse mais R$ 332,8 milhões para cobrir custos adicionais do trecho norte do Rodoanel, que está em obras na região da serra da Cantareira e é estimado em R$ 3,9 bilhões.   Segundo o presidente da Dersa (empresa estadual de transporte), Laurence Casagrande, o recurso extra vai ser utilizado para adaptar as obras de extensão da via.   O objetivo é eliminar interferências na construção do futuro traçado do Ferroanel --linha de trem que o governo federal planeja construir na região metropolitana para melhorar a logística de transporte de cargas.   Serão implantadas mudanças em aterros, sistemas de drenagem e áreas de terraplanagem, mas não deve haver alterações que necessitem de novas licenças ambientais.   "Já fizemos esse tipo de acordo com a Prefeitura de Arujá, para evitar que o Rodoanel prejudicasse a obra de uma avenida", disse.   A EPL (Empresa de Planejamento e Logística), vinculada à União, ainda não definiu como será o mecanismo da PPP (Parceria Público Privada) do Ferroanel nem concluiu os estudos da ferrovia.     Sinergia   Mas, em fevereiro, a EPL informou à Dersa que seria preciso haver uma sinergia entre os dois projetos.   Isso porque, sem as mudanças que agora fazem parte do acordo, o governo federal calculava gastar um valor adicional de R$ 1 bilhão para a nova linha de trem. A estimativa foi feita ontem à Folha pelo general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).   "No final, vamos gastar pouco mais de R$ 300 milhões agora e economizar R$ 1 bilhão quando a conta fechar, lá na frente", disse.   Segundo o general, haverá ganho de tempo e também menor impacto da obra, já que diversas áreas de terraplenagem estarão avançadas e aterros mais bem localizados nos 44 quilômetros.