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Segunda, 08 Julho 2013 11:13

Preço do etanol no Rio caiu apenas 1,26% apesar da safra recorde, bem abaixo da média nacional: 6,8%

O consumidor do Rio de Janeiro ainda não foi beneficiado pela safra recorde de cana-de-açúcar (54% da moagem são destinados à produção de etanol) e pelos incentivos no PIS-Cofins concedidos pelo governo. Os preços no estado caíram bem menos do que no resto do país: da última semana de abril até agora, recuaram 1,26%, de acordo com levantamento feito com base nos dados divulgados semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), enquanto no país a queda é de 6,8%.   O preço médio do etanol no Rio estava em R$ 2,328 na última semana de abril. Em junho, entre a primeira semana e a última, caiu de R$ 2,316 para R$ 2,301, um recuo de 0,65%.   Por sua vez, a gasolina, levada pelo efeito da mistura de 25% de álcool em sua composição, registrou uma queda de 0,9% frente a abril. Com isso, a relação entre os preços entre o etanol hidratado e a gasolina comum caiu de 72% para 68% na média nacional, mas no Rio de Janeiro ficou em 76%, patamar em que ainda é mais vantajoso abastecer com gasolina.   O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Rio de Janeiro (Sindicomb), Manuel Fonseca da Costa, diz que os postos de gasolina repassam as reduções que vêm das distribuidoras, mas estas têm sido pequenas. A diferença do cenário do Rio para o nacional, afirma, pode ser explicada pela concorrência:   — O preço pode variar muito de acordo com o mercado. Em São Paulo, existe uma guerra de preços, e as distribuidoras acabam tendo que oferecer descontos maiores para competir. Com isso, no seu mix de preços, compensam com reduções menores para as regiões onde há menos concorrência, como o Rio. Para os comerciantes, quanto menor o preço, maior o giro, e portanto, a vantagem.   O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom) informou que não comentaria questões específicas relativas aos preços dos combustíveis, uma vez que o mercado é livre e cada associado tem sua política de valorização do produto determinada pela estratégia comercial.   A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) foi contatada pelo GLOBO não respondeu ao pedido de entrevista do GLOBO.     Moagem de cana cresce 10% em relação a 2012   De acordo com o banco holândes Rabobank, instituição mundial especializada em alimentos e agronegócio, a moagem de cana no Centro-Sul do Brasil ficará em torno de 585 milhões de toneladas, alta de 10% sobre a safra anterior. O valor está muito próximo do divulgado pela União Nacional das Indústrias de Cana de Açúcar (Unica), que mensurou em 590 milhões de toneladas a safra 2013/2014.   — Mesmo com a sazonalidade do etanol, geralmente os preços são bem mais baixos durante os meses de junho e julho. O Brasil produz etanol suficiente para ser consumido ao longo do ano inteiro — afirma Andy Duff, gerente da equipe de Pesquisa em Agroeconomia do Rabobank Brasil. — Uma percepção para os preços não chegarem ao consumidor pode ser em decorrência dos custos de produção, que subiram bastante, mas o preço do produto está limitado diante do preço da gasolina, que funciona como um teto.   Além disso, Andy reitera que o governo deixou o preço da gasolina subir em 6% no começo do ano e não tem intenção de autorizar novo aumento.   — Fazer mais aumentos no preço da gasolina é desafiador dado os reflexos na inflação. Outra maneira de olhar o problema é buscar aumentar a produtividade e assim baixar os custos unitários. Este é o foco do setor, neste momento.   A agência reguladora estabeleceu critérios para a aquisição e formação de estoque de etanol, mesmo durante a entressafra da cana-de-açúcar, esta é uma forma de regular os preços, mas não tem contribuído para empurrá-los para baixo, diante da demanda no Rio de Janeiro. Além disso, a medida tem como um dos objetivos facilitar a prever a produção do combustível.     Extraído de: Extra
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