Quarta, 19 Junho 2013 11:47
Apagão logístico corroeu quase R$ 1 bi do agronegócio regional
O déficit logístico no Centro-Oeste do país já impôs a agricultores e empresas ligadas ao setor da região um desembolso adicional da ordem de R$ 974 milhões para o escoamento da safra de grãos 2012/2013. Um dos maiores gargalos do setor produtivo no Brasil, o alto custo do frete será um dos destaques da pauta de debates da Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central 2013, que será realizada nos dias 8 e 9 de agosto, em Cuiabá.
Levantamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revela que agricultores do Centro-Oeste gastaram R$ 974 milhões a mais em frete para o escoamento de soja, milho e algodão somente de janeiro a maio de 2013 em comparação com o mesmo período do ano passado. Mato Grosso responde sozinho por 85% desse total (R$ 826 milhões).
Cálculos do Imea apontam que com o valor excedente seria possível asfaltar 500 quilômetros de estradas. O Instituto adverte que os custos serão ainda maiores ao final de todo o escoamento da safra atual, já que o Estado acabou de dar início à colheita da segunda safra de milho e algodão primeira safra.
“É uma honra para o agricultor de Mato Grosso ser reconhecido não só pelo seu empreendedorismo e altos resultados na lavoura, mas também pelo debate qualificado de novos paradigmas, tecnologias e desafios do agronegócio no Brasil e no mundo. E a Bienal é o símbolo disso”, declara o presidente da Famato, Rui Prado, anfitrião do evento.
O evento, referência para o agronegócio no Centro-Oeste e Brasil, foi lançado por líderes rurais ontem, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato). A atual dimensão da problemática logística, velha conhecida da agricultura no coração do país, e caminhos para superá-la estarão destrinchados pelo Projeto Centro-Oeste Competitivo, cujo estudo será apresentado ao setor durante a Bienal. O diagnostico é fruto do trabalho do Fórum de Entidades do Setor Produtivo do Centro-Oeste.
A programação da Bienal contempla ainda a discussão e análise de outros temas estratégicos para a agricultura, como a mão-de-obra no campo, a sucessão em negócios familiares e a cobrança de royalties sobre a tecnologia empregada nas lavouras.
A BIENAL – Na segunda edição regional, o evento retorna a seu Estado nascedouro, Mato Grosso, maior e consagrado como referência em vanguarda, debate e pulverização de conhecimento no setor agrícola brasileiro. Lançada pela Famato em 2005, a Bienal dos Negócios da Agricultura tinha originalmente projeção estadual, tendo sido realizadas três edições locais. O alcance ganhou novas proporções em 2011, com a adesão das federações parceiras de Mato Grosso do Sul (Famasul), Goiás (Faeg) e Distrito Federal (Fape/DF).
Extraído de: Diário de Cuiabá