Quarta, 08 Mai 2013 10:49
Exportação de soja cai 42% em MT por falta de logística para escoamento
Os problemas logísticos para escoar a produção brasileira de grãos, associado a uma super safra agrícola, influenciaram o desempenho das exportações da soja mato-grossense no primeiro trimestre do ano. Com um ritmo mais lento, as vendas ao mercado internacional recuaram 42%, passando de 3,3 milhões de toneladas (igual período de 2012) para 1,9 milhão de toneladas, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), compilados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Nesta temporada o maior produtor brasileiro de soja – Mato Grosso – produziu 23,5 milhões de toneladas da oleaginosa. Por outro lado, explica Ângelo Ozelame, analista de mercado do Imea, o maior tempo gasto para escoamento também o milho do estado também interferiu na velocidade de venda da soja. Na prática, foram necessários mais meses para também escoar o cereal colhido ainda em 2011/12, quando foram mais de 15 milhões de toneladas produzidos.
“Entramos janeiro, fevereiro e março com o milho ainda sendo exportado. Com os problemas logísticos e uma alta produção, nossas exportações foram menores”, frisou Ozelame ao Agrodebate.
Somente em março o estado embarcou 1,4 milhão de toneladas, patamar 208% superior ao verificado em fevereiro, mas 35% menor frente a março de 2012. A China mantêm-se na posição de principal importadora do produto, absorvendo 972 mil toneladas, equivalente a 66% de toda a soja oriunda de Mato Grosso exportada no período.
Por outro lado, Ozelame frisa que mesmo inferiores à média do período, a tendência é que as exportações retomem o comportamento de normalidade nos próximos meses, à medida que a produção é escoada.
“Com a saída do milho a tendência é aumentar a exportação de soja em decorrência também das falhas logísticas que começam a melhorar”, considerou o analista.
Além da China, Espanha, Vietnã, Holanda e Taiwã foram os principais destinos para a soja mato-grossense nos últimos meses.
Precariedade
As más condições das estradas têm sido amplamente discutidas e a necessidade de medidas urgentes foram admitidas pelo governo. Recentemente, em visita a Cuiabá, por exemplo, o ministro dos Transportes, César Borges, esteve em Mato Grosso e anunciou investimentos de mais de R$ 1 bilhão nas rodovias do estado, que encontram-se esburacadas por conta do fluxo de veículos pesados e, muitas delas, ainda não foram duplicadas.
A expectativa ainda é a conclusão da Ferronorte, cujos trilhos já chegaram em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, e possível prologamento também a Cuiabá, bem como a licitação da Ferrovia Integração Centro-Oeste (Fico), que deve ocorrer até setembro deste ano.
Extraído de: G1