Na semana em que se esperava um recuo dos preços de etanol, graças à entrada, desde 1º de abril, no período de safra sucroalcooleira, o produto ficou mais caro nas distribuidoras, informou o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb). Com isso, os postos devem repassar, em breve, esse custo maior ao consumidor.   — Infelizmente, os postos não têm o que fazer, se não repassar esse aumento. Está sendo prejudicial para o consumidor - defendeu o presidente do Sindcomb, Manuel Fonseca da Costa. — Esperávamos uma queda de 5% a 8%; e veio um aumento de cerca de 6%.   Segundo Costa, a alta seria motivada por uma estratégia das distribuidoras de subir os preços agora para, quando entrar em vigor a desoneração de PIS/Cofins esperada para o etanol, o preço permanecer no mesmo patamar.   — Não tem cabimento essa afirmativa. Os preços refletem as condições de mercado - argumentou o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alisio Vaz.   Vaz explica que a entidade não regula ou monitora os preços do produto, já que a legislação brasileira prevê a liberdade de preços. Mas, segundo um indicador semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicasa (Esalq/USP), o etanol hidratado subiu cerca de 6% nas usinas. E essa pode ser a causa do aumento observado no Rio. Fortes chuvas no início de abril na região Centro-Sul também afetaram a produção. Segundo o presidente do Sindicomb, no entanto, esse impacto justificaria, no máximo, uma manutenção dos preços.   Segundo pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo semanalmente, em 186 postos do Rio, o preço médio do etanol na cidade ficou em R$ 2,299 na semana entre 7 e 13 de abril.     Extraído de: O Globo