A malha ferroviária brasileira tem 28,3 mil quilômetros de extensão, mas somente 22,8 mil quilômetros estão em operação, segundo dados da ANTF   Em meio a discussões sobre a demanda futura das novas concessões no setor - com intenção do governo de licitar novos trechos e revitalizar malhas atuais com baixa utilização -, a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) estima que a movimentação de cargas nos trilhos brasileiros cresça 24,7% entre este ano e 2015.   A previsão da entidade é que as ferrovias do país movimentem 600 milhões de toneladas em 2015. No ano passado, o número registrado pelo setor foi de 481 milhões, volume que foi 1,3% superior ao de um ano antes. "Diante do quadro de crise mundial, em especial nos países europeus, o volume de movimentação [no ano passado] foi satisfatório", afirmou Rodrigo Vilaça, presidente da ANTF. Os números foram divulgados pela entidade ontem, em São Paulo, durante a Intermodal, feira internacional de logística, transporte de carga e comércio exterior.   Na unidade de carga por quilômetro, a ANTF prevê um crescimento de 21,9% no mesmo período. No último ano da estimativa, seriam transportados 363 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil). Em 2012, esse número foi de 297,8 bilhões de TKU.   O transporte de contêineres mostrará crescimento significativo, segundo a ANTF. Para este ano, a previsão é que o número de TEUs (unidade padrão de contêiner) cresça para 300 mil, uma evolução de 24,5% em relação a 2012. A expectativa para 2015, o aumento pode chegar a 66%.   Apesar do desempenho tímido, as commodities minerais representaram a maior parte do que foi movimentado pelas ferrovias em 2012: 77%. Em seguida, ficaram as cargas do agronegócio, com 14% do total. Considerando transporte por quilômetro, em 2012 houve movimentação 2,5% maior do que um ano antes, para 297,7 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil).   No segmento de commodities e matérias-primas, o minério de ferro e o carvão mineral caíram 0,3% no ano passado, em relação a um ano antes, para 224,8 bilhões de TKU. Já a carga geral cresceu 12,4% na mesma comparação, para 73 bilhões de TKU.   As concessionárias investiram R$ 4,9 bilhões em 2012, o que representa uma expansão de 6,6% na comparação com o ano anterior. Segundo a ANTF, a previsão de investimentos das empresas para os próximos três anos é de R$ 16 bilhões. E recolheram ao Tesouro R$ 1,58 bilhão. Desse valor, R$ 639 milhões se referem ao pagamento de parcelas das concessões e arrendamento da malha.   A malha ferroviária brasileira tem 28,3 mil quilômetros de extensão, mas somente 22,8 mil quilômetros estão em operação, segundo dados da ANTF. São 11 concessões sob a gestão de dez concessionárias da iniciativa privada, entre elas a América Latina Logística (ALL), MRS Logística, Norte-Sul, Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e duas da Vale.   Desde a privatização das ferrovias, em 1997, até 2012, a movimentação de cargas nos trilhos brasileiros cresceu 90%, passando de 253,3 para 481 milhões de toneladas. Considerando que a produção ferroviária foi de 137 bilhões de TKU em 1997, o crescimento foi de 117% no período, mais que o dobro do PIB no período (55%). Segundo Vilaça, a expectativa de crescimento da produção ferroviária é de 21,9% entre os anos de 2012 e 2015.     Extraído de: Canal do Transporte