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Quarta, 27 Março 2013 10:12

‘Nó logístico’ nos portos vai encarecer custo de nova safra

Os prejuízos causados pela precária infraestrutura utilizada para escoar a supersafra de grãos 2012/2013, e que fizeram os custos dos exportadores dispararem, serão cobrados na próxima safra. Segundo o consultor André Pessoa, da Agroconsult, consultoria responsável pelo Rally da Safra — expedição técnica que percorreu 60 mil quilômetros de estradas em 12 estados do país para mapear a produção de milho e soja — serão os produtores os e consumidores que vão acabar pagando a conta desse nó logístico que se transformou a exportação de grãos no país.   — Toda essa precariedade vai implicar aumento do custo da próxima safra — disse ele, que confirmou, no campo, que a safra recorde de soja deve alcançar 84,4 milhões de toneladas, alta de 27% em relação à safra anterior.   Atualmente, todo o custo extra que está sendo pago com os atrasos nos embarques (sobretaxa no porto e atraso diário de navios) e nos fretes está sendo bancado pelos exportadores (tradings) que adquiriram o produto com antecedência. Esse custo extra, segundo Pessoa, será repassado depois para o processamento de produtos e vai acabar chegando aos consumidores na forma de preços mais altos.   — Hoje são as tradings que estão perdendo com custos muito acima das previsões no início da safra. Na próxima safra, elas vão querer repassar esse custo para os produtos — afirmou Pessoa, lembrando ainda que os atrasos podem também representar perda de mercado para o país. — Já estão pagando prêmio (no mercado internacional) para quem atender aos clientes que o Brasil não está conseguindo atender — disse, observando que os gargalos na infraestrutura vão acabar contaminando os preços internacionais.   Para o consultor, os problemas de logística se tornaram crônicos e não serão resolvidos no curto prazo ou nas próximas safras. Segundo ele, o país não pode esperar mais uma década para começar a fazer as obras que são necessárias (pavimentação e construção de rodovias, hidrovias e terminais portuários).   — Esses pequenos ajustes que estão sendo feitos hoje para adequar a logística não vão fazer a diferença nas próximas safras. Porto não se resolve com ‘puxadinho’, como o governo fez nos aeroportos.     Extraído de: O Globo
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