Terça, 06 Novembro 2012 10:48
Logística ruim faz país correr risco de apagão de gasolina
Até setembro deste ano, foram vendidos no Brasil 29,02 bilhões de litros de gasolina, uma média de 3,22 bilhões de litros por mês, 9,1% acima da média mensal do ano passado. Diante de um consumo crescente - que tem obrigado o país a importar cada vez mais - e de uma logística comprometida, o governo federal já começa a se mexer para evitar o desabastecimento, principalmente em novembro e dezembro, quando a demanda aumenta cerca de 10% em relação aos demais meses.
De acordo com o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda, uma das soluções de curto prazo é a criação de um sistema de prioridade para a gasolina ser descarregada nos portos. "Gasolina tem, está sobrando nos Estados Unidos e Europa. Então, o problema não é faltar, mas fazer chegar até o consumidor", destaca Miranda
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Segundo ele, que também é presidente do Sindicato dos Postos de Minas Gerais (Minaspetro), já está na pauta de reuniões entre governo e distribuidores a criação de uma espécie de "fura-filas" dos navios que chegam com gasolina. "A logística é o maior problema, tivemos um caso há dois meses em Vitória (ES), quando um navio ficou três dias esperando para descarregar e faltou gasolina em quatro cidades do Espírito Santo", conta Miranda.
Em outubro, vários postos da rede BR ficaram sem gasolina na região metropolitana de Belo Horizonte e também em algumas cidades do interior, por problemas de distribuição. "As distribuidoras já estão investindo para evitar o desabastecimento dos postos, aumentando as frotas. Se falta gasolina em Minas Gerais, por exemplo, a distribuidora manda buscar em outra base, em outro Estado", destaca Miranda. Segundo ele, Minas corre menos risco de desabastecimento, uma vez que pode trazer de refinarias próximas na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro.
Procurados pela reportagem, o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras não confirmaram se estão montando um plano emergencial para evitar que falte gasolina no fim do ano. O coordenador do Fórum Nacional Sucroenergético, Luiz Custódio Cotta Martins, que participa do grupo de discussões com o governo, afirma que o assunto tem sido debatido com preocupação. "A frota não para de crescer, e o consumo de gasolina também. Caminhamos para um apagão de combustível".
Por nota, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) disse que "monitora o abastecimento de combustíveis e mantém contato permanente com órgãos do governo e agentes econômicos do setor. "O abastecimento de combustíveis no Brasil, tanto de diesel quanto de gasolina, está ocorrendo de forma regular. Casos pontuais envolvendo o abastecimento de gasolina, ocorridos recentemente em alguns locais, já foram sanados", afirmou a agência reguladora.
Extraído de: O Tempo/MG
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