Segunda, 22 Outubro 2012 14:29
Seminário discute gestão de transporte e logística nesta semana
A Frente Parlamentar Mista para o Fortalecimento da Gestão Pública promove nesta terça e quarta-feira (23 e 24) o Seminário de Gestão de Transporte e Logística, que vai discutir os principais desafios do setor. O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, participará da abertura do evento nesta terça, às 9 horas, no auditório Nereu Ramos.
Somente a abertura do evento ocorrerá na Câmara, os debates serão realizados na sede da Escola de Administração Fazendária (Esaf), na tarde de terça e na manhã de quarta.
“A logística brasileira é um dos fatores que emperram o crescimento econômico e encarecem nossos produtos nos mercados interno e externo. Precisamos transformar o sistema logístico em algo estimulante e capaz de pesar menos no custo Brasil”, disse o presidente da frente parlamentar, deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF).
Impacto nas exportações
Segundo a frente parlamentar, dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que a soja brasileira é mais barata que a de outros países quando sai da área rural, mas acaba se tornando mais cara por causa da deficiência logística.
A CNI calcula que o transporte de 1 tonelada de soja produzida no norte de Mato Grosso para Xangai, na China, passando pelo Porto de Santos, pode chegar a 180 dólares (cerca de R$ 365). Em comparação, levar 1 tonelada de soja de Davenport, nos Estados Unidos, para a mesma cidade chinesa custa 108 dólares (cerca de R$ 219). O custo do transporte representa 19% do valor final do produto norte-americano, comparado a 30% do brasileiro.
A frente parlamentar também cita estudo da Fundação Dom Cabral que estima em 80 bilhões de dólares (cerca de R$ 162 bilhões) as perdas anuais das empresas brasileiras geradas pela falta de investimentos públicos no setor de logística (portos, aeroportos, rodovias e ferrovias).
Os integrantes da frente avaliam que as deficiências no setor de transportes prejudicam a agricultura, a mineração, a indústria e, principalmente, a competitividade nacional. Os parlamentares também citam, entre as consequências dessa deficiência, os acidentes de trânsito com milhares de vítimas que ocorrem anualmente.
Concentração nas rodovias
O seminário terá debates sobre problemas específicos dos transportes rodoviário, ferroviário, fluvial, aéreo, marítimo e portuário, além do transporte por dutos, utilizado para a movimentação de cargas sólidas e de combustíveis.
Segundo dados da frente parlamentar, cerca de 60% da carga movimentada no País utiliza as rodovias. Pela malha ferroviária, passam cerca de 20% da produção do Brasil (esse percentual é de 81% na Rússia, 46% no Canadá e 43% nos Estados Unidos). O modal aquaviário brasileiro responde por 11,4%, o dutaviário por 3,5% e o aéreo por apenas 0,1% do transporte de carga.
Apesar da concentração no modal rodoviário, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) verificou que, dos 92.747 km de rodovias asfaltadas, mais da metade estava, em 2011, em condição regular, ruim ou péssima. Apenas 12,6% das estradas estão em bom estado.
Durante o seminário, também serão discutidos temas como concessões e a adoção de parcerias público-privadas (PPPs) em obras de rodovias. Essa iniciativa já está prevista no Programa de Investimento em Logística, lançado em agosto pelo governo federal.
Concurso de monografias
Os estudantes regularmente matriculados que participarem do seminário poderão elaborar monografias sobre um dos temas em debate. Os trabalhos deverão ser entregues até o dia 30 de novembro. Os autores das melhores monografias serão premiados com viagens à Europa, aos Estados Unidos e à Argentina.
O seminário é promovido pela Frente Parlamentar para o Fortalecimento da Gestão Pública em parceria com a Esaf, o Instituto JK e o Instituto Brasileiro de Administração (IBA).
A frente parlamentar é composta por deputados e senadores da oposição e da base governista. O grupo possui cinco vice-presidentes: os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Kátia Abreu (PSD-TO) e os deputados Ricardo Berzoini (PT-SP) e Hugo Leal (PSC-RJ).
Extraído de: Agência Câmara
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