Com objetivo de examinar e discutir maneiras de aumentar a eficiência energética em veículos reduzindo a resistência aerodinâmica, o Instituto Nacional de Eficiência Energética - INEE -, com apoio da Academia Brasileira de Ciências, promove no dia 8 de novembro, no Rio de Janeiro o Seminário Resistência do Ar e Eficiência Automotiva. O arrasto – termo técnico para resistência do ar – é a força que o veículo precisa vencer para se deslocar e que cresce à medida que aumenta a velocidade. Na maioria dos casos, ao trafegar em velocidade acima de 80 km/h, mais da metade do consumo de combustível se destina a vencer o arrasto. No caso dos caminhões e ônibus – veículos que em grande parte do tempo trafegam em velocidade acima de 80 km/h – o coeficiente de arrasto é consideravelmente mais alto.
Especificamente nos caminhões o arrasto é ainda maior, pois o chassi, baú e reboques são geralmente projetados e fabricados por empresas diferentes, sem uma integração de formatos. Reduzir o coeficiente de arrasto é importante para a economia no gasto de combustível e também para o País ao reduzir a sua importação e alcançar as metas de redução de poluentes atmosféricos. A Espanha, por exemplo, em março último, reduziu o limite de velocidade máxima nas estradas de 130 km/h para 110 km/h como medida para reduzir a importação de petróleo, em decisão de cunho estritamente econômico. Nos veículos pesados, o resultado é uma contribuição significativa na economia de diesel, combustível fundamental na economia brasileira onde as ferrovias e hidrovias têm pequena importância se comparadas ao transporte rodoviário. No Brasil, cerca de 2/3 do diesel usado se destina ao transporte rodoviário. Os caminhões conseguem reduzir o coeficiente de arrasto com defletores instalados acima das cabines e que fazem a cobertura dos espaços entre a cabine e o baú, suavizando o impacto do ar e diminuindo o arrasto. Porém, o uso desses assessórios ainda é pequeno no Brasil se comparado ao que se observa no resto do mundo. Fabricantes informam que as economias no consumo de combustível podem atingir 10% a 20% com o uso de defletores. Há também soluções inovadoras como a aplicação de textura na superfície do veículo, baseada nas bolas de golfe que possuem várias reentrâncias e devido a elas sofrem menor arrasto e atingem distâncias maiores.
Extraída de: Portal O Carreteiro