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Sexta, 13 Janeiro 2017 10:50

Rebeliões em presídios no Norte desfalcam combate a roubo de carga no RJ

Com o número de roubos de carga em 2016 chegando a 8,5 mil de janeiro a novembro, os governo do Estado e Federal iniciaram uma parceria para o combate em 11 pontos próximos à favela do Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte, principal área de distribuição de carga roubada do Rio de Janeiro. Com atuação das polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança, os roubos chegaram a diminuir em 31%, mas as rebeliões nos presídios no Amazonas e em Roraima deslocaram as tropas federais para o Norte, interrompendo a Operação Asfixia.
Segundo Maurício Mendonça, delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, não é possível continuar uma operação desse porte sem a presença da Força Nacional.
"A gente já fazia operações com a própria delegacia, mas eu tenho 11 equipes. Com eles, conseguimos chegar a 31% menos roubos na última semana de trabalho, em comparação à penúltima semana do ano, antes de a operação Asfixia começar", disse ele, que não sabe se os trabalhos serão retomados. 
"Tudo depende do Ministro da Justiça", disse ele, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes.
Segundo o Ministério da Justiça, a Força Nacional fica em Manaus e Roraima por 30 dias, mas o prazo pode ser prorrogado. As tropas chegaram na terça-feira (10) aos presídios do Norte.
Segundo ele, os produtos mais roubados que são passados aos receptadores são cigarros, carnes e bebidas alcóolicas. "Nosso objetivo agora é conter com força total os receptadores, porque sem eles, não há motivo para esse comércio."
Em dois meses e cinco dias no cargo, a delegacia conseguiu prender uma quadrilha que atuava na Baixada Fluminense, além de recuperar uma carga de quase 1,3 mil celulares que foram roubados em Duque de Caxias e seriam distribuídos para venda no camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio.
"Os roubos aumentaram, mas em compensação tivemos um aumento de 173% das prisões em flagrante e 243% dos cumprimentos de mandado de prisão." Roubos chegam a quase 10 mil
Em entrevista ao G1, o secretário de segurança do Rio, Roberto Sá, já havia falado sobre a Operação Asfixia. No dia 27 de dezembro, a polícia prendeu um criminoso conhecido como Funa da Pedreira, considerado como o número 2 do tráfico de drogas da região.
Segundo a associação comercial do Rio, eram previstos 9 mil roubos de carga até o final do ano. De acordo com cálculos da DRFC, no entanto, o número de crimes pode chegar a quase 10 mil. Os dados do Instituto de Segurança Publica de janeiro a novembro já indicavam 8,5 mil casos. O mês de dezembro não foi divulgado até a publicação desta reportagem.
A maioria dos roubos, de acordo com a associação comercial, ocorre em uma área de apenas quatro quilômetros, no entroncamento das rodovias Presidente Dutra, Washington Luis e Avenida Brasil. A área dos complexos do Chapadão e da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, é considerada a mais crítica e o principal receptáculo de cargas roubadas do Estado.
"Isso acontece porque o tráfico agora está diretamente ligado ao roubo de carga, principalmente na área de uma determinada facção ali no Chapadão", explicou Mendonça. Em 2016, o G1 mostrou que motoristas trabalhavam cada vez mais assustados, inclusive deixando de atuar em áreas como a Pavuna, na Zona Norte do Rio. Transportadoras consumiam até 20% do orçamento com segurança. Extraído de: G1
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