Um estudo divulgado segunda-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela o peso da burocracia nas operações portuárias: todos os anos, o excesso de processos para liberação de cargas e custos administrativos provoca um gasto adicional de R$ 2,9 bilhões a R$ 4,3 bilhões. O levantamento revela, ainda, que o Brasil deixa de gerar mais de R$ 6,3 bilhões por atrasos em obras de infraestrutura portuária - um problema que o Porto de Itajaí conhece de perto.
A paralisação das obras dos berços 3 e 4, há três meses, fez adiar os planos de operar navios graneleiros o mais rápido possível. A expectativa de levantar os números do porto esbarrou na falta de recursos do governo federal, que só na semana passada liberou uma parte do valor devido à construtora responsável pelos trabalhos.
Pior: o atraso de dois anos nas obras da nova bacia de evolução, e o recente anúncio de falta de recursos em Brasília para a segunda etapa da empreitada, pode afastar de Itajaí e Navegantes armadores interessados em operar navios com mais de 335 metros. Prejuízo não apenas para as cidades da região, mas para Santa Catarina, que opera pelos portos locais 78% do comércio exterior.
O estudo revela que, entre 2002 e 2012, apenas 10% dos investimentos brasileiros em transportes foram para os portos. E aponta as barreiras e a falta de incentivo ao investimento privado como uma das causas para os problemas portuários no país.
A pesquisa sugere uma série de fatores a serem observados para reduzir a burocracia e aumentar a competitividade dos portos. Entre eles a simplificação de processos de importação e exportação e agilidade nas decisões sobre arrendamentos, concessões e renovações de contratos.
Além disso, a CNI sugere a profissionalização das autoridades portuárias, responsáveis pela administração de portos públicos, e a concessão dessas administrações à iniciativa privada como alternativa para atração de novos investimentos.
Extraído de:
O Sol Diário/SC