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Quinta, 21 Novembro 2013 10:22

Governo adia reunião sobre combustíveis

Sem consenso sobre a fórmula de reajuste dos combustíveis, o governo adiou para o dia 28 a reunião do conselho de administração da Petrobras.   O ministro da Fazenda e presidente do conselho, Guido Mantega, disse que a intenção é “preparar melhor os temas da pauta”.   A reunião estava marcada inicialmente para amanhã, dia 22, e o tema da pauta é a nova metodologia de reajuste. Mantega não adiantou as nuances da discussão e se negou a falar sobre o aumento da gasolina e do diesel.   A correção de preços ainda não está definida, mas pode chegar a 7%, segundo apurou o Valor. Seria um “reajuste seco”, concedido em dezembro. A intenção é que o efeito sobre a inflação seja diluído nos meses seguintes ao reajuste.   A promessa do governo é que a inflação termine o ano abaixo dos 5,84% acumulados em 2012. Até outubro o IPCA acumula variação de 4,38%.   Hoje, a defasagem nos preços da Petrobras é maior no diesel do que na gasolina e o reajuste que será autorizado deve seguir essa lógica – cerca de 5% para a gasolina e um percentual mais próximo de 10% para o diesel.   Os primeiros impactos da nova fórmula de correção dos combustíveis, no entanto, só deverão ser sentidos a partir do fim de março.   A intenção é que a avaliação da necessidade de reajuste seja feita a cada três meses. A Petrobras defende que o repasse seja automático, mas em função do ano eleitoral, e com a inflação rondando o teto da meta, discute-se a manutenção de algum tipo de discricionariedade sobre o preço dos combustíveis.   A estatal quer trabalhar com cotações internacionais do petróleo e com taxa de câmbio, mas também incorporar à fórmula de reajuste alguma variável que reflita os custos de transporte.   Os gastos com frete, no entanto, são considerados uma variável complicada para incorporar ao modelo. Prevalece a ideia de estabelecer uma faixa de flutuação de preços dentro da qual não haveria repasse aos consumidores. Se o preço dos derivados se afastar dessa banda, o reajuste seria aplicado.   As relações entre a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não estão das melhores. Segundo esse interlocutor, a presidente da estatal tem sido “dura” na demanda por reajuste e “jogou pesado” quando anunciou que haveria uma fórmula de reajuste automático nos preços.   A discussão pública incomodou o ministro, que tem insistido desde então que não há prazo, percentual ou fórmula definida.   Já para a Petrobras, era essencial dar algum sinal ao mercado depois dos resultados financeiros ruins do terceiro trimestre.   Ontem, depois que o ministro já havia anunciado o adiamento da reunião do conselho administrativo, a assessoria de imprensa da estatal informou que não comentaria o assunto.   A decisão de segurar os preços dos combustíveis para frear a inflação vem de 2010. Mas os efeitos sobre o caixa da empresa são hoje considerados um custo excessivamente elevado dessa política.   A defasagem de preços acumulada pela Petrobras chega a R$ 50 bilhões e a recomposição do caixa da estatal levará tempo.   A ideia de uma fórmula para reajustar os preços tem a intenção de permitir que esse ajuste seja feito com menor interferência do governo.     Extraída: Agência T1