Segunda, 07 Janeiro 2013 09:51
Balsa para e deixa caminhoneiros 'ilhados' no Paraguai
A balsa que leva grãos do Paraguai para o Brasil parou há dez dias por causa da seca e do baixo nível do rio Paraná, que demarca a fronteira entre os dois países.
Dezenas de caminhoneiros brasileiros ficaram "ilhados" no Paraguai. Alguns passaram o Réveillon nos caminhões, onde estão até hoje.
A travessia de balsa entre Salto Del Guairá (Paraguai) e Guaíra (Brasil) é o único caminho até a aduana do lado brasileiro da fronteira, onde é feita a liberação das cargas.
Os veículos estão carregados de grãos produzidos no Paraguai que serão vendidos no Brasil e exportados pelo porto de Paranaguá (PR).
Na tarde da última sexta-feira, no pátio alfandegário do lado paraguaio, 126 caminhoneiros aguardavam uma solução para o problema e reclamavam do prejuízo por causa do tempo parado.
O gaúcho Antonio Guerino Comin, 67, que viaja acompanhado da mulher Leonilda Damian Comin, 64, chegou na manhã do dia 26 de dezembro, fez todos os procedimentos necessários do lado do Paraguai, mas não conseguiu atravessar o rio.
O casal, que havia programado passar a virada de ano com familiares em Caxias do Sul (RS), teve de se contentar em celebrar a chegada do novo ano dentro do caminhão.
"O nosso plano era descarregar em Chapecó e ir para casa. A gente tem filhos e netos. Eles passaram [o ano novo] sozinhos lá e nós, sozinhos aqui", diz Leonilda.
Em alguns pontos do reservatório do Lago de Itaipu, também localizado na fronteira, a água se afastou mais de 50 metros da margem.
Com o baixo nível de água, troncos de árvores e construções antigas, antes submersas, apareceram, impedindo a navegação com segurança.
O problema, no entanto, deve começar a ser resolvido a partir de hoje, após um acordo entre a Receita Federal e as transportadoras.
Os caminhoneiros deverão deixar o Paraguai por Mundo Novo (MS), onde não existe aduana, até chegar a Guaíra (PR) pela ponte Ayrton Senna, que passa sobre o rio.
Policiais escoltarão os motoristas em comboios de até 30 caminhões até a aduana, onde a carga será avaliada.
Extraído de: Folha de S.Paulo